O texto aprovado dia 14, no entanto, passou com uma alteração: permite à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) decidir quais vias poderão ou não adotar o sistema - o que, na prática, nada muda em relação à lei aprovada em 2002, do então vereador e hoje senador Antonio Carlos Rodrigues. Antes da mudança, a medida valeria para todos os semáforos da cidade.
Diversos especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, criticaram a proposta aprovada pelos vereadores. Para o professor de engenharia de tráfego Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho, da Universidade Federal do Ceará, não cabe aos vereadores decidir quais semáforos podem funcionar em amarelo piscante. "É uma função da autoridade de tráfego, baseado em estudos."
Apesar do temor explicado pelo coronel em sua justificativa, as estatísticas mostram que o trânsito, ordenado, já é bem mais violento do que a criminalidade paulistana.
No ano passado, a cidade registrou 101 casos de latrocínio (assalto seguido de morte). Já o trânsito matou 12 vezes mais: 1.231 pessoas ao longo do ano, entre batidas e atropelamentos, de acordo com as estatísticas da CET.
Segundo a companhia, os acidentes se concentram justamente durante a madrugada, quando há mais pessoas embriagadas e menos carros nas ruas, o que permite que a velocidade desenvolvida pelos veículos seja maior.
Embora o prefeito estivesse em Brasília no dia 14, a Prefeitura informou que Haddad solicitou à Secretaria Municipal de Transportes um estudo técnico para verificar se a medida pode ser adotada na cidade sem prejudicar a segurança do trânsito.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 15 de maio de 2013