Segundo dados obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação, em março 419 mil realizaram mais de 46 viagens. O contingente representa 10% dos 4 milhões de passageiros pagantes - idosos e deficientes, por exemplo, estão isentos.
O Bilhete Único atual permite usar até quatro ônibus num período de três horas pagando tarifa de R$ 3.
O levantamento não considera integrações com metrô e CPTM, já que o Estado ainda não decidiu se o cartão mensal poderá ser usado nos trens.
O cadastro para o novo cartão começou no mês passado, e a previsão da prefeitura é que ele comece a funcionar em meados de novembro.
A tarifa prevista será recalculada, já que o bilhete unitário será reajustado no dia 1º. O novo valor ainda levará em conta as 46 viagens/mês.
Pacote
"É uma iniciativa válida, mas o cartão servirá mesmo para quem é cativo dos ônibus, anda o dia todo. Quem não for vai pagar e se arrepender", diz Horácio Augusto Figueira, mestre em transportes pela USP.
Quem usa ônibus para ir e voltar do trabalho em dias úteis, por exemplo, gasta hoje R$ 132 por mês. Já quem faz três deslocamentos diários paga ao menos R$ 198.
Para o especialista Figueira, seria preciso reduzir a tarifa ou implantar a integração com o metrô para atrair mais gente. "Mas isso requer cálculos complicados, pois teria que ver como fica o repasse ao metrô e ainda aumentar o subsídio", ressalta.
A prefeitura estima que a implantação do bilhete mensal aumentará o subsídio ao sistema de transporte em R$ 400 milhões. No ano passado, as empresas receberam cerca de R$ 1 bilhão.
Fonte: Folha de S. Paulo, 18 de maio de 2013