Parking News

As novas ciclovias da cidade, principalmente as implantadas na área central, dividem as opiniões e ainda não entraram de vez no cotidiano dos paulistanos. São pedestres, comerciantes, motoristas e ciclistas tentando se adaptar à novidade. Por elas se encontra de tudo: carros atravessados tentando entrar nos estacionamentos, portas de táxis abertas, invadindo a faixa exclusiva, skatistas, triciclos de entregadores e muitos pedestres. Bicicletas mesmo ainda são poucas.
Enquanto ambientalistas e cicloativistas defendem a medida, os motoristas reclamam da diminuição do espaço para circular e para estacionar, dificultando ainda mais o trânsito. Na opinião de alguns comerciantes, as ciclovias reduzem o potencial de clientes, principalmente pela falta de vagas para estacionar. E como foram instaladas junto às calçadas, dificultam o trabalho de carga e descarga e de embarque e desembarque.
De acordo com o empresário Wilson José Bento, sócio de uma loja de automóveis na rua Guaianazes, perto da avenida Duque de Caxias, desde que a ciclovia foi implantada, há quase dois meses, o movimento caiu cerca de 50%. "A faixa inibe a vinda de novos clientes, que desistem de vir por causa da dificuldade para estacionar", afirma. Na mesma via, o despachante Aldo Bernardino de Seixas, no local há 45 anos, teve que adaptar a maneira de trabalhar.
Antes da ciclovia, segundo ele, os clientes estacionavam e iam ao escritório para levar ou retirar documentos. "Agora, assim que eu os vejo do outro lado da rua, saio correndo. Atendimento é feito dentro dos carros, já que apenas ônibus podem parar", diz. LOGÍSTICA
Um dos maiores problemas gerados pelas ciclovias na região, segundo o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, refere-se à logística de carga, descarga e entrega. O calçadão do Centro Velho no perímetro formado pelas ruas Boa Vista, Líbero Badaró, Quintino Bocaiúva e lateral da Praça da Sé, com uma área de 180 mil m2, era praticamente ocupado por pontos de táxis, bolsões para motos e zonas de estacionamento para caminhões. "Com a ciclovia, os 1,8 mil metros lineares de acostamento do lado interno deste anel foram sumariamente eliminados", afirma.
"Assim, cargas, entregas e passageiros ficaram comprimidos do lado externo, em uma única calçada", afirma. Consequentemente, de acordo com ele, os passageiros não têm onde descer dos táxis e os usuários de ônibus enfrentam congestionamentos ainda maiores. "Dentro da proposta da ciclovia, de complementar outros modais, é preciso que sejam construídos grandes bicicletários", diz.
Construir bicicletários, aliás, é uma das próximas metas da Prefeitura. De acordo com a supervisora de planejamento cicloviário da CET, Suzana Nogueira, eles serão implantados nos principais terminais de ônibus da região, entre eles o Parque D. Pedro II. Além disso, a CET está desenvolvendo um projeto para iluminar a ciclovia do Centro. "A proposta é que a ciclovia seja um dos instrumentos para revitalizar a região", afirma. A gestão do prefeito Fernando Haddad já implantou 16,4 quilômetros de ciclovias no Centro.
Outro ponto polêmico se refere à quantidade, ainda pequena, de ciclistas que usam as vias exclusivas. Segundo Suzana, a CET ainda não tem um levantamento. "A adesão virá com o tempo", afirma.
Fonte: Diário do Comércio (SP), 6 de setembro de 2014

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

Câmeras vão vigiar flanelinhas (30/08/2014)

A instalação dos parquímetros em Vitória vai contar com mais de 100 câmeras para fiscalizar as áreas de estacionamento onde os carros vão ficar posicionados. Essas câmeras, segundo o secretário de Trâ (...)

Carros elétricos atrapalham o trânsito em Oslo (03/09/2014)

Ministros da Noruega, país rico e grande produtor de petróleo, sofrem pressão pública crescente para reduzir os incentivos fiscais e outros para as vendas de carros elétricos.