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A indústria automobilística sempre foi, tradicionalmente, um balcão de lamúrias. Carga tributária, câmbio e infra-estrutura do País continuamente estão na pauta de reclamações. Mas, justiça seja feita, de uns tempos para cá os fabricantes reclamam bem menos e comemoram muito mais. Também pudera: para este ano, a Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - prevê um mercado de 3,4 milhões de unidades. Um crescimento surpreendente de 140% nos últimos sete anos, informa a Auto Press.
Só que as projeções em médio prazo são ainda mais otimistas: seis milhões de unidades vendidas em 2015. Número que vai ser sustentado não só pelo aumento da renda e do crédito, mas também por novas fábricas e ampliação das já existentes. Investimentos vistos como fundamentais e suficientes. "As montadoras vão investir em capacidade produtiva, processos tecnológicos e produtos. O Brasil tem um amplo potencial", acredita Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, que também é presidente da Fiat do Brasil.
Os especialistas e executivos confirmam que o Brasil tem capacidade para suprir tamanha demanda daqui a cinco anos. E, mais uma vez, recorrem aos números de investimentos. Só as chamadas quatro grandes - Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen - vão aplicar mais de R$ 20 bilhões entre planos em andamento e outros que vão até 2015. Além disso, outras marcas preparam novas plantas ou ampliação das existentes. "A chegada de novas marcas e novas fábricas vai ajudar a suprir essa demanda. Quando o setor faz essas projeções já leva isso em consideração", explica Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive.
O mercado brasileiro, é claro, conta também com a ajuda dos hermanos. Com os acordos alfandegários que anulam as taxas de importação, Argentina e México - além do Uruguai, com suas plantas de marcas chinesas - têm uma função estratégica dentro dos números da Anfavea. Tanto que fabricantes como Ford, PSA e GM também focaram investimentos nas plantas argentinas, por exemplo.
A confiança de que o mercado vai crescer é ainda maior que a certeza da capacidade produtiva. O bom momento econômico do País, o aumento do poder aquisitivo e a ascensão de classes econômicas são apontados como razões para os sucessivos recordes do setor. E também para as projeções futuras. "O setor precisa de novas plantas, mas também conta com o crescimento do mercado pelo aumento da renda e do crédito. Sem contar que vamos ter Copa, Olimpíadas e Pré-Sal, investimentos que vão gerar renda e mexer na economia", prevê Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). "Basta ver o tamanho da população, o número de veículos por habitante, a renda e a necessidade de transporte individual. Em um mercado é preciso ter gente que quer carro e não tem carro, gente que tenha renda e gente que tenha razão para comprar. O Brasil tem os três", acredita Rogélio Golfarb, diretor de assuntos corporativos da Ford.
A relação de número de carros por habitante também é vista como uma das brechas que permite um crescimento maior do mercado automotivo no País. Atualmente, segundo a própria Anfavea, a relação é de 6,9 habitantes por veículo no Brasil. Ou seja, enquanto países europeus e os Estados Unidos têm médias que oscilam em torno de dois habitantes por carro, aqui ainda há uma demanda reprimida forte. "Algumas cidades têm números de carros por habitantes próximos aos Estados Unidos, enquanto em outras regiões essa relação é muito baixa. Tem demanda para chegar aos 6 milhões e a maior solução é continuar esse crescimento de massa salarial que permita às pessoas adquirirem veículos", receita Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan.
Prós e contras
O Brasil, há pouco mais de três anos, era apontado como um dos menos competitivos dentro do chamado Bric, o grupo de países emergentes potenciais que inclui Brasil, Rússia, Índia e China. Passada a crise que devastou mercados mundo afora e provocou marolas no mercado brasileiro, o País se mostra hoje muito mais fortalecido. Tanto que atrai investimentos, novas marcas e novas fábricas. "O Brasil hoje é visto no mercado internacional como bastante atrativo. A indústria automobilística mundial aposta no País", valoriza Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Iedi. "É um país extremamente maduro para executar a sua produtividade. Único que fica do nível do Brasil é a China", defende Luiz Carlos Mello, consultor do Centro de Estudos Automotivos.
Fonte: Auto Press, 24 de setembro de 2010

Categoria: Geral


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