Parking News

Com quase um século e meio de existência, a região comercial da Rua 25 de Março ostenta cifras impressionantes, como um faturamento anual de R$ 17,6 bilhões e um público que ultrapassa 1 milhão de pessoas na época do Natal. Os números atestam o sucesso do maior centro de comércio popular do País, mas dão a dimensão de seus desafios em infraestrutura. Falta de vagas de estacionamento, trânsito caótico, limpeza insuficiente e uma segurança que ainda não é a ideal são entraves para o seu desenvolvimento, aponta reportagem de O Estado de S. Paulo.
"A parte de transporte e estacionamento é o nosso calcanhar de Aquiles. Precisamos oferecer estrutura, conforto e logística ao consumidor, para que a vinda à 25 de Março não seja um fardo. Caso contrário, o futuro não será colorido para a região", diz o comerciante Miguel Giorgi Júnior, presidente da Federação de Turismo de Negócios de São Paulo.
Com a escassez de vagas, os estacionamentos nos arredores, segundo os lojistas, chegam a cobrar R$ 40 a primeira hora aos sábados, o dia de maior movimento. A Prefeitura de São Paulo afirma que no início do ano contratou um estudo à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP para revitalizar o centro, que também prevê a implementação de estacionamentos públicos que atendam ao fluxo de carros da 25 de Março. O estudo, no entanto, ainda não foi concluído e não tem data para sair do papel.
O diretor da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Eduardo Ansarah, aponta como prioridade o estabelecimento de uma sinalização alternativa, principalmente aos sábados, que direcione o trânsito da zona sul para a Praça da Sé, evitando a Avenida 23 de Maio. "Na Rua Dr. Bittencourt Rodrigues (que dá acesso à 25 de Março pela Praça da Sé) há um parque de vagas muito grande, com uns dez estacionamentos, só que isso não é divulgado. Precisamos instruir melhor os consumidores, para que não venham todos pelo mesmo local, causando esse estrangulamento", afirma Ansarah.
Para o pesquisador de varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Edgard Barki, o polo de comércio da 25 de Março atingiu um novo ciclo de desenvolvimento e precisa encontrar soluções criativas para se revitalizar novamente. "A região cresceu muito, o que é desejável, mas agora lojistas e poder público têm de pensar como vão fazer para esse crescimento ser organizado."
Consumidor
A 25 de Março é um fenômeno do varejo graças a seu poder de metamorfose e ao surgimento de uma nova classe média, que agora também pressiona por maior estrutura. "A baixa renda acostumou-se a consumir e, com isso, o nível de exigência passou a ser outro", diz Barki.
Democrática, a região tem sua clientela formada em 56% pelas classes A e B e em 44%, pelas C e D, segundo pesquisa da TNS. Para pagar as contas, ainda de acordo com o levantamento, a maioria (77%) utiliza dinheiro e o gasto médio é de R$ 193,45. Nos shoppings, por exemplo, esse valor cai para R$ 140.
"A questão do acesso tem se degradado rapidamente nos últimos dois anos. É uma reclamação recorrente, séria e que tira clientes da 25 de Março. Outro problema é a limpeza. A rua chega a receber 1,3 milhão de pessoas, então fica inviável com 20 ou 30 garis", afirma Marcelo Mouawad, que administra duas lojas na 25 de Março.
Para Giorgi, os investimentos em infraestrutura urbana são fundamentais para viabilizar um bom atendimento durante a Copa do Mundo de 2014.
Movimento
- 18 ruas formam a região, que chega a ter um comprimento de 2,5 km
- 350 lojas e 3 mil estandes em shoppings, galerias e prédios empregam diretamente
60 mil pessoas
- 2 mil camelôs ocupam as calçadas da região. Deles, apenas 74 são legalizados
- R$ 17,6 bi foi o faturamento das lojas no ano passado
Fonte: O Estado de S. Paulo, 22 de setembro de 2010

Categoria: Cidade


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