O delegado Fernando Schmidt de Paula, titular da Unidade de Inteligência do Departamento de Proteção à Cidadania (DPPC), disse que o lugar de atuação foi escolhido por ser "emblemático" e alvo de diversas reclamações da população. A operação, segundo o delegado, não tem prazo para terminar e será montada diariamente das 7h até as 18h. "Temos dois objetivos: um é reprimir a ação dos flanelinhas; o outro é trazer segurança para os agentes de trânsito para que façam o trabalho sem serem intimidados pelos flanelinhas." Segundo o delegado, a chamada "Operação Flanelinha" é executada há algumas semanas, mas agora irá ocorrer com mais frequência. Dos oito guardadores de carros detidos até o início da noite do dia 23, cinco tinham passagem criminal. Nos próximos dias, pelo menos dez policiais irão atuar com 23 marronzinhos. Algumas equipes estão à paisana, outras usarão viaturas caracterizadas.
Terreno do São Vito virou garagem
A falta de vagas de estacionamento na região do Mercado Municipal, do Museu Catavento e das lojas da Avenida Mercúrio é a maior responsável pelos lucros dos flanelinhas. O volume de carros na região é tanto que, durante os sábados de julho e agosto, guardadores de carros começaram a usar o terreno do São Vito como estacionamento irregular. A prática foi denunciada pelo Jornal da Tarde no dia 14. Para evitar que o imóvel continue servindo para parar carros, a Prefeitura autorizou a empresa que vai fazer a construção de um pontilhão sobre o Rio Tamanduatef a usá-lo como canteiro de obras.
A maior parte dos clientes do estacionamento irregular era de visitantes do Mercadão. No dia 12, a reportagem flagrou pelo menos 100 veículos no local. Três guardadores de carro organizavam o estacionamento para que os automóveis ficassem parados como em uma garagem de shopping (cada motorista tinha que pagar R$ 10). A Prefeitura promete criar 533 vagas para carros e 139 para motos em um estacioilamento que ficará embaixo do Mercadão até o fim do ano que vem. A obra faz parte de um pacote de três garagens subterrâneas que devem ser construídas e administradas pela iniciativa privada no centro. A estimativa é que, para ficar três horas parado no Mercadão, o motorista tenha que pagar R$ 46,30. Hoje, o preço para estacionar no local é de R$ 3 por hora, já que as vagas são demarcadas como Zona Azul, com limite de duas horas parado.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 23 de agosto de 2012