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Moradora de uma rua erguida sobre a várzea do Rio Tietê, na parte baixa da Vila Maria, Eva Sandra da Silva, de 59 anos, acordava até o início de novembro com a cantoria de passarinhos - situação bem diferente das filas de carros que hoje buzinam desde as 6 horas na frente de sua casa. A rua de Eva foi adotada por motoristas como uma das rotas alternativas à Marginal do Tietê e às pontes interditadas para obras na via. Os desvios em cinco pontes, ao longo de 14 dos 23 km da Marginal, transformaram ruas residenciais estreitas em rotas alternativas para parte dos 1,2 milhão de veículos que passam todos os dias pela via, constata reportagem de O Estado de S. Paulo.
Taxistas, caminhoneiros e motoristas vão descobrindo caminhos paralelos aos indicados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). As rotas passam por ruas residenciais de seis regiões: Vila Maria, Santana, Casa Verde, Freguesia do Ó, Barra Funda e Lapa. A Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pela obra de ampliação, indica 18 caminhos para quem quer fugir dos transtornos causados pelos desvios. Auxiliados por emissoras de rádio e por aparelhos de GPS, motoristas também tentam cortar bairros inteiros, na tentativa de não ficar parados no trânsito. E é assim que eles passam diante de sobrados como o da moradora da Vila Maria, na Rua Luís Felipe de Orleans. A rua é usada principalmente por quem quer escapar do trânsito causado pelas interdições nas Pontes das Bandeiras e da Vila Maria.
Na zona oeste, ruas estreitas da Barra Funda, ocupadas por casas e alguns poucos edifícios, passam o dia entupidas de veículos que tentam escapar da interdição na Ponte da Casa Verde. Como a Avenida Rudge, principal saída para a Marginal, está sempre congestionada por causa dos desvios na ponte, os motoristas começaram a usar pequenas ruas transversais para escapar pelo corredor da Marquês de São Vicente.
Do outro lado do rio, na Casa Verde, na parte baixa do bairro, ruas com casas ocupadas por moradores antigos, como a Zanzibar e a Iapó, também foram invadidas após os desvios.
CET admite problema temporário
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) admite ter constatado aumento no volume do tráfego em ruas usadas como rotas alternativas à Marginal do Tietê, mas não divulgou números comparativos dos congestionamentos antes e depois da adoção dos desvios. Por ora, não estão previstas mudanças nas rotas indicadas aos motoristas, segundo a companhia.
Nos horários de pico, a CET segue pedindo aos motoristas que adotem caminhos alternativos para fugir das intervenções. "Aos motoristas que se utilizam das vias que interligam os bairros à região central, a orientação é para que busquem caminhos alternativos ao destino, a partir dos corredores radiais, seguindo sempre as placas usuais de indicação de acesso às Pontes Piqueri, Julio de Mesquita Neto, Cruzeiro do Sul, Vila Guilherme e Tatuapé", diz a nota da CET.
"Com o fim dos desvios, a Marginal vai fluir", assegura o diretor de Engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza. Segundo a CET, após a inauguração de 3,4 km de novas faixas, no dia 23, os índices de lentidão já foram reduzidos em até 10% no pico da tarde. O primeiro trecho tem 2,2 km, entre a Ponte da Freguesia do Ó e o acesso à Rodovia dos Bandeirantes, após a Ponte do Piqueri.
O segundo trecho com novas faixas tem 1,2 km e vai da Ponte do Tatuapé até a saída da Rodovia Presidente Dutra. A inauguração melhorou a velocidade entre Guarulhos e a zona leste. Mas, já perto da Vila Maria, os desvios voltam a congestionar o trânsito, que só melhora após a Ponte da Freguesia do Ó. Pela manhã, a CET informou que as novas faixas reduziram a lentidão em 7,5%.
De rota alternativa a definitiva
Ex-presidente da Dersa e ex-conselheiro da CET, Luís Célio Bottura acredita que essas rotas alternativas não serão abandonadas com a conclusão da ampliação da Marginal. "Esses desvios estão ensinando pela primeira vez como o motorista deve fazer para evitar a Marginal. Daqui a um ano, quando estiver parado num congestionamento perto da Ponte da Casa Verde, o motorista vai lembrar o caminho alternativo. Se um dia tiver pedágio na Marginal, você acha que esses caminhos não serão lembrados?", questiona.
Horácio Figueira, da consultoria Hora H Pesquisa Engenharia e Marketing, considera que as ruas usadas como rotas alternativas vão ficar esburacadas assim que começarem as chuvas de verão. "Resta saber quem vai recompor esses estragos ambientais e nos bairros feitos pela obra."
Novo trecho
Novos trechos da pista central da Marginal serão abertos ao tráfego no dia 30 de novembro. Juntos, somam 6,5 km de extensão nos dois sentidos. Segundo o diretor de Engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, são previstas mais três datas para liberação dos novos trechos que estão sendo construídos. Serão mais 6,2 km liberados no dia 14 de janeiro, 9,6 km em 28 de fevereiro e outros 4,1 km em 27 de março, mesma data que está prevista a inauguração do Trecho Sul do Rodoanel. A finalização das obras na Marginal, com alterações nos complexos viários e viadutos, entretanto, deve ocorrer só em setembro. De acordo com as projeções, haverá um aumento médio de 35% na velocidade dos veículos e a estimativa de redução da lentidão na cidade é de 12% no pico da manhã e de 10% à tarde.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 24 de novembro de 2009

Categoria: Geral


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