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Há cruzamentos sem faixa de pedestre; outros a têm em algumas ou todas as direções. Há aqueles com semáforos de veículos, de pedestres, os com botões para acioná-los; os que têm rotatórias, mão dupla e por aí vai. E esse é o problema. Sem padrão, é mais difícil se acostumar e "entender como funcionam" as esquinas, analisa a Folha. Um mapeamento feito nas ruas de São Paulo mostrou que há nada menos que 52 tipos diferentes de cruzamentos na cidade, o que torna a vida do pedestre bem mais complicada.
O estudo, feito por Luiz Carlos Néspoli, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), conclui que tantas configurações confundem o pedestre e o motorista, e contribuem para o desrespeito da preferência ao pedestre.
Além disso, prejudicam a eficácia de campanhas educativas, como o Programa de Proteção ao Pedestre, lançado pela prefeitura há 16 meses, que reduziu em 10,7% o número de pedestres mortos no município no primeiro ano.
Os cruzamentos concentram a maior parte das faixas de travessia de pedestres, por isso são os locais de maior complexidade e risco de atropelamentos.
Padrão
A Folha circulou por cinco cruzamentos na última semana, na região central: rua Pamplona com alameda Rio Claro, Barão de Tatuí com Baronesa de Itu, Antônio Carlos com Augusta, Fernando de Albuquerque com Bela Cintra e Pará com Bahia.
Em todos eles, em menos de um minuto foi possível flagrar desrespeito à preferência do pedestre, como motoristas avançando o sinal com pedestres sobre a faixa. "É mais fácil educar quando as regras são claras", diz Néspoli.
Há casos em que o tempo de espera para a travessia vai até 4 minutos e outros bem menores. Para Néspoli, esse desequilíbrio explica por que os pedestres acabam aproveitando as "brechas" entre carros para atravessar, mesmo com o semáforo vermelho.
Ele atribui a profusão de sinalizações diferentes aos projetos da prefeitura serem historicamente mais focados na fluidez do trânsito do que na segurança do pedestre e às diferentes políticas e projetos ao longo dos anos.
Para padronizar os cruzamentos, em médio prazo, Néspoli sugere medidas como faixas de pedestre em todas as esquinas; semáforos para pedestres em todo local que tiver o de veículos; fim das botoeiras e recuo da faixa em direção ao meio da quadra.
Outro lado
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não comentou especificamente o estudo de Luiz Néspoli.
Em nota, a companhia disse que "concentra seus estudos de planejamento e investimentos no aumento da segurança de trânsito, com prioridade aos pedestres, por meio do aprimoramento da sinalização existente na cidade".
Entre as medidas elencadas, afirmou que desde 2011 implantou mais de 58 mil novas placas e restaurou 178 mil, além de ter pintado mais de 1,55 milhão de m² de faixas de pedestres.
Também disse que alterou mais de 1.000 (dos 6.000) cruzamentos com semáforos, para reduzir a espera dos pedestres para atravessar.
Segundo a CET, semáforos antigos foram substituídos por outros mais modernos. E, para reduzir o número de ocorrências provocadas pela falta de energia em semáforos, 200 aparelhos do tipo no-break foram colocados nos principais cruzamentos da capital.
Fonte: Folha de S. Paulo, 18 de setembro de 2012

Categoria: Geral


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