De acordo com Anardélio Ferreira Silva, motorista de ônibus de 39 anos, a falta de sinalização e os problemas constantes com os faróis estão entre os principais responsáveis pela quantidade de acidentes na região. Silva, que opera em linhas que passam pela Avenida Sapopemba, diz que a região do terminal de ônibus é uma das áreas mais críticas.
Sinalização
A falta de sinalização também contribui para a desorganização no fluxo dos pedestres. Próximo ao Largo de São Mateus, onde há o antigo terminal Sapopemba, funcionários da viação de ônibus relatam que a grande quantidade de pessoas na região - entrando e saindo de comércios da avenida e do próprio terminal - faz com que as faixas de pedestre não sejam procuradas pelas pessoas.
"Tinha que ter uma faixa bem aqui", diz o motorista Silva apontando para um ponto onde pedestres atravessam com frequência, segundo ele. "Eles entram no terminal por aqui mesmo. A faixa é ali na frente, mas ninguém quer ir até lá. E aí os motoristas não estão nem aí, né? Por isso acontecem os acidentes", explica.
Prevenção
A CET diz que a partir do mês de abril terá início a quarta fase do programa de proteção ao pedestre na capital paulista. De acordo com a companhia, as vias que tiveram os maiores índices de 2011 serão as mais privilegiadas nesta fase.
Na manhã de sexta-feira (16), o G1 encontrou um dos grupos contratados pela Prefeitura para orientar os motoristas e pedestres nas ruas. A equipe estava no Largo de São Mateus, na entrada da Avenida Raguebi Chofi - a quarta colocada em 2011.
Segundo Yara de Carvalho Almeida, que atua no grupo, desde que começou a trabalhar na região, nenhum atropelamento foi registrado. "Estou aqui há mais de um mês, eu estava em Itaquera e me mandaram para cá. Desde que cheguei aqui, graças a Deus, não houve nenhum atropelamento", diz. O grupo trabalha na região diariamente das 8h30 até as 14h15.
A Campanha de Proteção ao Pedestre teve início em maio de 2011 na capital paulista. Os técnicos da CET foram orientados a não só fiscalizar, mas também evitar que as infrações aconteçam. Em balanço divulgado em agosto do ano passado, a companhia diz ter registrado uma queda de quase 70% no número de acidentes em 35 cruzamentos das regiões central e da Avenida Paulista após o início do programa.
Fonte: portal G1, 19 de março de 2012