Nos últimos dois anos, pelo menos 12 grupos anunciaram intenção de abrir fábricas de automóveis e comerciais leves no Brasil. Desses, três estão com projetos confirmados: as chinesas Chery e JAC e a japonesa Suzuki. A coreana Hyundai, que já tem parceria tecnológica com o grupo brasileiro Caoa em uma fábrica em Goiás, inaugura no segundo semestre unidade própria em Piracicaba (SP).
Aguardam a publicação do novo regime automotivo para confirmar ou não projetos os grupos alemão BMW, o britânico/indiano Land Rover, a Brasil Montadora de Veículos (representante das chinesas Changan e Haima e da coreana Ssangyong) e a CN Auto (parceira das chinesas Jimbei e Hafei). Manifestaram intenção, mas ainda sem dados concretos, as chinesas Effa, Geely e Great Wall, a sueca Volvo e a alemã Mercedes-Benz, que não descarta voltar a produzir automóveis no País.
Para o México, o único projeto cogitado recentemente, mas sem confirmação, é de uma fábrica da alemã Audi. Nenhuma empresa anunciou planos para produção no Japão.
Em número de montadoras instaladas, a China é líder no ranking mundial, com 65 marcas de automóveis e comerciais leves, embora muitas delas de pequeno porte e operação regional. Os EUA aparecem em segundo lugar, com 27 marcas, e a Índia em terceiro, com 22.
O interesse pelo Brasil é baseado nas condições econômicas e no espaço para crescer num mercado onde há sete habitantes por veículo. No Japão a paridade é de 1,7 habitante por carro e nos EUA, de 1,3.
Lucro crescente
A rentabilidade apresentada pelas fabricantes locais nos últimos anos é outro grande atrativo. No ano passado, montadoras e autopeças remeteram para as matrizes US$ 5,58 bilhões, 36% mais que em 2010. O valor só perde para o de 2008, quando a remessa de lucros totalizou US$ 5,61 bilhões, segundo o Banco Central.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 18 de março de 2012