"No fim do ano passado, deixei o carro com um serviço de valet, e, quando me devolveram, ele estava com a lateral toda amassada", conta o empresário Gabriel Mello. Para evitar entregar o veículo na mão de um desconhecido, há quem prefira batalhar por uma vaga na rua. A escolha também é arriscada. "Recentemente, um ônibus arrancou o espelho retrovisor do meu jipe", indigna-se o empresário Caetano Tibiriçá. Para não ter surpresas desagradáveis no fim do programa, habitués do reduto estão preferindo desembolsar um dinheiro a mais (leia-se no mínimo 18 reais) para garantir um cantinho nos estacionamentos. "Não penso duas vezes. Apesar do gasto, é a melhor saída", diz a arquiteta Tamara Toledo, que vai, semanalmente, desfrutar o agito local em seu Honda Fit.
Diante de tantos problemas, donos de bares e moradores da região iniciaram um movimento para tirar de lá os coletivos. A Secretaria Municipal de Transportes diz que estuda fazer a troca da frota por coletivos menores, mas não tem ainda previsão de implantação do novo sistema. "Algo precisa ser feito, pois a região está ganhando novos bares e não comporta mais o mesmo planejamento de dez anos atrás", afirma o executivo Wilham Castro, que há 32 anos vive no bairro.
Fonte: Revista Veja São Paulo, 21 de março de 2012