Para comprar o primeiro carro, um seminovo, o vendedor Bruno Leonardo dos Santos entrou em um consórcio. Diz que foi uma poupança forçada e que agora já pensa no próximo.
"Eu quero comprar um zero. Vou quitar esse e comprar o zero através do consórcio de novo, com certeza", diz ele.
As administradoras de consórcio não têm do que reclamar. Ao todo, 4,860 milhões de consumidores pagam hoje algum tipo de consórcio. Mais de 80 mil novos contratos foram feitos entre janeiro e abril de 2012. Um crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2011.
O plano mais procurado é o de motos, seguido do de carros e depois vem o de imóveis.
Quem faz um consórcio normalmente paga prestações mais baixas do que se pegasse um financiamento bancário. Mas não dá para ter pressa. O consumidor pode ter que esperar anos até ter o bem.
No caso dos automóveis, o prazo médio é de sete anos, de acordo com a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios, Abac. O consumidor até pode tirar o carro antes, se for sorteado ou der um lance alto, além da prestação.
O economista Carlos Eduardo de Freitas diz que com a inflação em crescimento e juros da poupança em queda o consórcio passa a ser mais atrativo, mas lembra que é preciso ter alguns cuidados:
"Consórcio não é garantido. A caderneta de poupança é extremamente segura para a pessoa fazer uma poupança até comprar o bem. Consórcio não. Ele hoje tem a fiscalização do Banco Central, mas isso não torna a operadora imune a uma queda. Então, existe um risco sempre."
Antes de decidir comprar uma cota de consórcio, é bom checar se a empresa está autorizada a funcionar.
Fonte: programa Bom Dia Brasil (Rede Globo), 8 de junho de 2012