O tempo gasto até o trabalho não mudou muito, ao contrário de outros aspectos da vida. "Na ponta do lápis, hoje eu gasto muito menos para morar. Onde eu moro é uma cidade tranquila, bacana. O custo de vida é baixo. Então, sem dúvida, chegar em casa é um prazer", comenta a jovem.
Ela sai de Indaiatuba às 5h30 e às 6h40 já está em São Paulo. Chega no horário ao hotel onde é gerente, e o dia rende mais. "O interior faz isso com a gente. Com a qualidade de vida, você fica mais calma, mais tranquila, mais feliz", destaca.
Com mais espaço, mais segurança e melhor custo benefício, quem mora no interior e trabalha na capital gasta mais com pedágio e combustível, mas economiza, por exemplo, no investimento da moradia. Em um condomínio em Campinas, o preço do metro quadrado é de R$ 650. Na capital paulista, um lote no mesmo padrão custa no mínimo o dobro do preço. No condomínio, 15% dos moradores trabalham em São Paulo e outras cidades.
O representante do sindicato da habitação do estado explica que os paulistanos têm optado por cidades do interior em um raio de 120 km da capital, em áreas próximas a rodovias e com boa infraestrutura. "Compensa, porque a escola, o supermercado, a vida noturna, tudo isso no interior é muito mais atrativo do que na capital em termos de custos", diz o diretor regional do Secovi de Campinas, Rodrigo Otávio Coelho.
A maior diferença está no trânsito. Dependendo da localização do trabalho em São Paulo morar no interior é mais vantajoso. O bancário Emerson Alexandre Vieira se mudou para Valinhos e continua saindo de casa no mesmo horário. "Em São Paulo, eu morava há 12 km do meu trabalho e gastava uma hora e meia para chegar. Hoje, eu moro a 90 km do meu trabalho e demoro 1 hora e 40 para chegar", revela.
Fonte: Agência Estado, 6 de junho de 2012