O mesmo dia também tem o segundo período mais perigoso: das 18h à 0h, houve 81 ocorrências. Em terceiro e quarto lugares estão as noites de domingo e de sexta-feira, com 70 e 69 casos, respectivamente. Juntos, esses quatro intervalos respondem por um quarto dos 1.247 acidentes fatais registrados de janeiro a dezembro de 2011.
Os dados são do relatório anual da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), divulgado em maio. Segundo o órgão, ainda não foi possível analisar de forma consistente a causa do aumento nas madrugadas de sábado. Porém, "há clara evidência de influência de álcool na maioria dos acidentes, além do excesso de velocidade", diz a companhia, por meio de sua assessoria de imprensa.
A mistura de bebida e velocidade é potencializada pela redução do número de veículos à noite. Com as ruas livres, os motoristas aceleram e, em caso de choque, os efeitos são piores.
No ano passado, o Corpo de Bombeiros atendeu, em média, a 18 acidentes de trânsito com vítimas, fatais ou não, em cada madrugada de sábado, o equivalente a três por hora. O volume é o dobro em relação ao verificado em igual período de segunda a sexta-feira.
"Talvez o próprio movimento da cidade faça com que isso aconteça", cogita o capitão Alexandre Reche, chefe da seção de Operações do Comando de Bombeiros Metropolitano de São Paulo, em referência à vida noturna da metrópole.
É notória, diz ele, a presença de pessoas na faixa dos 20 aos 30 anos entre as vítimas. E os cruzamentos se repetem como o ponto de acidentes graves durante a madrugada.
Com o aumento do número de chamadas nesse horário, o Corpo de Bombeiros teve de reforçar as equipes de alguns postos, conta Reche.
A corporação passou a deixar, neste ano, dois carros a mais nas unidades de São Miguel e do Parque do Carmo, na zona leste, nos horários críticos. Os veículos contam com equipamento para remover vítimas presas às ferragens. A ideia, agora, é estender a medida para a zona sul.
Álcool
Além de exagerar na velocidade, motoristas bebem mais no fim de semana. "Infelizmente, é recorrente ver bebida alcoólica dentro do carro", conta o tenente Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros. "E a bebida traz para o motorista a perda da sensação de velocidade e distância. Ele acha que está dirigindo certo, mas não está", afirma ele.
Fonte: Folha de S. Paulo, 9 de junho de 2012