Estado que possui maior malha rodoviária, São Paulo é também o líder no número de pedágios. Segundo a Secretaria de Estado dos Transportes, são 136 praças criadas desde o fim da década de 1990, quando a concessão de rodovias se acentuou.
Com tantos pedágios em vias como Anhanguera, Bandeirantes e Candido Portinari, a saída, principalmente para os caminhoneiros, foi encontrar uma rota de fuga da taxa das concessionárias.
É o caso do caminheiro João Gregório, de Matão, que reclama de pedágio de R$ 12.
Em Dumont, o pedágio municipal mais caro (R$ 2,50) é terceirizado. A empresa Eco Brasil, de Barrinha, é responsável pela cobrança.
Há dois anos, o pedágio municipal deixou de funcionar devido a uma reforma. "Virou um caos, tinha mais caminhões do que gente nas ruas", conta o vendedor Mauro Diogenes que trabalha em Ribeirão, viaja todos os dias e é isento do pagamento.
Procuradas pela Folha, nem prefeitura nem a concessionária quiseram falar sobre o pedágio. Um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) junto ao Ministério Público isenta veículos licenciados na cidade da taxa de R$ 2,50.
Entre Itirapina e São Carlos, o valor de R$ 1,20 desagrada os moradores que passam pela rodovia municipal Ayrton Senna. O caminho é usado para ir à represa do Broa, um ponto turístico.
Segundo a Prefeitura de Itirapina, o pedágio não tem intenção de servir como "bilheteria" da represa, e sim evitar que caminhões desviem do pedágio da Washington Luís, que cobra R$ 4.
Em Araraquara, o chamado "pedágio da coxinha", que liga a cidade ao distrito de Bueno de Andrade, bateu recorde de arrecadação no ano passado, com cerca de R$ 2 milhões.
O pedágio recebe esse nome devido à fama que o distrito ganhou após o escritor araraquarense Ignácio de Loyola Brandão citar a coxinha do local em uma de suas crônicas. Em Bueno de Andrada, há um bar famoso pelo salgado.
Desativação
Pelo menos outras três cidades no Estado desativaram pedágios municipais nos últimos anos: Nova Odessa, Pedregulho e Arujá.
Em Mogi das Cruzes, um projeto da Câmara quer instituir um pedágio municipal na cidade. A justificativa é reduzir a fuga de veículos que seguem para o litoral paulista dos pedágios da via Dutra.
Fonte: Folha de S. Paulo, 9 de junho de 2012