Segundo Fernandes, houve um estudo de ao menos três anos para que o sistema fosse implantado. Na capital, as avaliações começaram no início deste ano.
"O primeiro dia foi muito difícil porque o sistema é muito complexo. Os motoristas não sabiam usar a rótula. Eles iam numa mão de direção e depois não sabiam voltar. [Isso ocorreu] Porque não fizeram lição de casa. Um dia antes convidamos os motoristas para andar pelo sistema e ver quais foram as mudanças. Muitos motoristas não foram", disse Fernandes.
A Prefeitura de São Paulo começou a implantar ontem o primeiro trecho do sistema na região central da cidade que vai percorrer a praça João Mendes, avenida Rangel Pestana, viaduto Mercúrio, avenida Mercúrio, rua senador Queiroz, avenida Ipiranga, avenida São Luís, viaduto 9 de Julho e viaduto Maria Paula.
"A velocidade do ônibus vai aumentar 25%", disse o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.
Na ocasião, a Prefeitura de Campinas mudou o itinerário de 70% dos ônibus. Fernandes afirmou que foi uma das melhores experiências que viveu na vida profissional.
"Tínhamos avenidas que tinham os dois sentidos de direção. O que acontecia? A pista que ia para o centro estava lotada e a pista em direção ao bairro, ficava vazia. À tarde era o contrário. Estava evidente que, se nós mudássemos a direção ou o sentido de uma das vias, ia dobrar a velocidade naquela direção e foi o que nós fizemos", afirmou o secretário.
Aspecto positivo
De acordo com ele, um aspecto positivo é que circundar o centro com as avenidas em um sentido único tirou carros da região central.
"Criamos faixas para o transporte coletivo girar mais rápido. Então, os carros giravam, o transporte coletivo girava e tiramos a travessia do centro da cidade. Esses são os pontos positivos", disse Jurandir.
Pedestre
Fernandes afirmou que uma preocupação à época da implantação do sistema em Campinas foi o pedestre. "Tem de ter muito, mas muito cuidado com o pedestre na implantação porque mexe com o comportamento dele no cotidiano, ele vai esquecer de olhar para o outro lado."
"O pedestre está tão acostumado com aquela avenida, que ele corre o risco sério de ser atropelado. Ele continua atravessando olhando para o lado que estava acostumado."
Situação atual
Para o secretário de Transporte de Campinas, Sérgio Benassi, a rótula foi uma solução da realidade da época e com o tempo foi perdendo sua eficiência, por conta do desenvolvimento da cidade.
"Não pode pensar que uma situação de trânsito numa cidade seja perene. A rótula foi uma solução boa e enfrentou de forma completa a necessidade de circulação e que depois de anos trouxe novas situações", disse.
Fonte: UOL, 15 de setembro de 2013