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O sistema de trânsito que coloca veículos em uma única mão de direção e que circunda uma região específica, chamado rótula, que começou a ser implantado em São Paulo ontem (6), para ônibus, no centro, teve uma experiência que começou com problemas que pareciam não ter fim, mas que foram superados após três meses, em Campinas (93 km de São Paulo), em 1996. O dono da ideia foi o então secretário municipal de Transportes da cidade e atual secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. As informações são do UOL.
Segundo Fernandes, houve um estudo de ao menos três anos para que o sistema fosse implantado. Na capital, as avaliações começaram no início deste ano.
"O primeiro dia foi muito difícil porque o sistema é muito complexo. Os motoristas não sabiam usar a rótula. Eles iam numa mão de direção e depois não sabiam voltar. [Isso ocorreu] Porque não fizeram lição de casa. Um dia antes convidamos os motoristas para andar pelo sistema e ver quais foram as mudanças. Muitos motoristas não foram", disse Fernandes.
A Prefeitura de São Paulo começou a implantar ontem o primeiro trecho do sistema na região central da cidade que vai percorrer a praça João Mendes, avenida Rangel Pestana, viaduto Mercúrio, avenida Mercúrio, rua senador Queiroz, avenida Ipiranga, avenida São Luís, viaduto 9 de Julho e viaduto Maria Paula.
"A velocidade do ônibus vai aumentar 25%", disse o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.
Na ocasião, a Prefeitura de Campinas mudou o itinerário de 70% dos ônibus. Fernandes afirmou que foi uma das melhores experiências que viveu na vida profissional.
"Tínhamos avenidas que tinham os dois sentidos de direção. O que acontecia? A pista que ia para o centro estava lotada e a pista em direção ao bairro, ficava vazia. À tarde era o contrário. Estava evidente que, se nós mudássemos a direção ou o sentido de uma das vias, ia dobrar a velocidade naquela direção e foi o que nós fizemos", afirmou o secretário.
Aspecto positivo
De acordo com ele, um aspecto positivo é que circundar o centro com as avenidas em um sentido único tirou carros da região central.
"Criamos faixas para o transporte coletivo girar mais rápido. Então, os carros giravam, o transporte coletivo girava e tiramos a travessia do centro da cidade. Esses são os pontos positivos", disse Jurandir.
Pedestre
Fernandes afirmou que uma preocupação à época da implantação do sistema em Campinas foi o pedestre. "Tem de ter muito, mas muito cuidado com o pedestre na implantação porque mexe com o comportamento dele no cotidiano, ele vai esquecer de olhar para o outro lado."
"O pedestre está tão acostumado com aquela avenida, que ele corre o risco sério de ser atropelado. Ele continua atravessando olhando para o lado que estava acostumado."
Situação atual
Para o secretário de Transporte de Campinas, Sérgio Benassi, a rótula foi uma solução da realidade da época e com o tempo foi perdendo sua eficiência, por conta do desenvolvimento da cidade.
"Não pode pensar que uma situação de trânsito numa cidade seja perene. A rótula foi uma solução boa e enfrentou de forma completa a necessidade de circulação e que depois de anos trouxe novas situações", disse.
Fonte: UOL, 15 de setembro de 2013

Categoria: Geral


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