O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou ontem (16) que o projeto tem como finalidade beneficiar a grande quantidade de pedestres que circulam pelo centro. Durante debate promovido pela Rede Nossa São Paulo, ele deu a entender que a restrição poderá voltar a ser feita no futuro. ?Quem sabe um dia aquela região central possa ser prioritariamente, senão em definitivo, para o pedestre, para o ciclista e para o transporte público??, afirmou. Com exceção dos moradores, ninguém que esteja dirigindo será bem-vindo à região central neste domingo. Agentes de trânsito vão orientar os condutores sobre a restrição, mas não vão impedi-los de prosseguir a viagem caso queiram entrar na área. ?Mas vai ser como alguém fumando em um restaurante, inconveniente?, afirmou um funcionário da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que não quis se identificar.
Semana da Mobilidade
Diversas faixas educativas já estão sendo instaladas em artérias que levam ao centro, como a Avenida Marquês de São Vicente, para informar os motoristas sobre a ação no Dia Mundial Sem Carro. No site da CET ontem também já havia informações sobre a restrição. Em um mapa que mostra a abrangência do projeto, lia-se uma recomendação para que as pessoas evitassem o interior da Rótula Central durante toda a Semana da Mobilidade, que começa amanhã (18). O texto é enfático: ?De 18 a 25/9, procure vir para essa região sem o seu carro.?
Duas perguntas para...
Jilmar Tatto, secretário municipal dos Transportes
1. Por que a escolha da região central da cidade para essa ação de proibir carros?
Por causa do grande fluxo de pedestres e também porque o transporte público é de boa qualidade na região central. E vai melhorar ainda mais, porque agora nós vamos criar a faixa exclusiva no entorno do centro. E podemos até mesmo criar uma linha circular.
2. A desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por parte do governo federal, não atrapalha o trânsito, levando mais carros para as ruas?
A base da indústria brasileira está muito vinculada à questão automobilística. É um produto importante para o PIB do País. Mas os governos federal, estadual e municipal precisam investir no transporte público. No seu dia a dia, o usuário do carro vai usar o transporte público, como acontece nos países da Europa. A presidente Dilma Rousseff já anunciou R$ 3 bilhões para a mobilidade em São Paulo neste ano.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 17 de setembro de 2013