Já na avenida Suburbana, onde o movimento de carros é intenso, os pedestres insistem em não usar a faixa. "É a pressa para ir logo para casa", justifica o servente Luís Carvalho. Uma mulher caminha pela pista e atravessa com um bebê no colo.
A avenida não tem nenhuma passarela. O aposentado Emanuel e a pensionista Mariza Fidélis, que passam pelo local quase todo dia, têm medo até de atravessar na faixa. "Às vezes os motoristas não esperam. Eles adiantam o lado deles e a gente é arriscado a ser atropelado, mesmo na faixa", afirma.
A equipe de reportagem flagrou a passagem de uma moto sobre a faixa junto com os pedestres e motoristas de ônibus que desrespeitam o sinal vermelho. "Os motoristas não prestam atenção às sinaleiras. Mesmo fechadas, eles passam assim mesmo", observa a diarista Iris Souza. Na semana passada, um idoso morreu atropelado por um homem na avenida Otávio Mangabeira, no bairro Boca do Rio.
Segundo a Transalvador, as avenidas mais perigosas da capital são Suburbana, Vasco da Gama, ACM, Paralela e Otávio Mangabeira. Na avenida Paralela, que possui passarela, operários da construção civil se arriscam mesmo sabendo que alguns colegas já se acidentaram.
O especialista Elmo Felzemburg afirma que a população "carece" de educação no trânsito, mas ressalva a dificuldade de deslocamento por conta do mapeamento do trânsito de Salvador. "Nós temos evidentemente uma população que carece ainda um pouco mais de educação em seu comportamento no trânsito, mas a nossa infraestrutura também é constituída de verdadeiras armadilhas para que as pessoas sofram acidente diariamente", diz.
Fonte: portal G1, 6 de julho de 2012