Sua saga começou em 1912, quando a família iniciou a importação de carros esporte da francesa DFP. E foi em uma visita à fábrica da DFP que ele teve uma idéia brilhante: ao ver um peso de papel feito em alumínio, pensou em desenvolver pistões desse material, para substituir os feitos de ferro fundido. A inovação de Bentley foi aplicada a motores radiais rotativos (em que giravam os pistões e o virabrequim ficava parado) de aviões da Primeira Guerra e, mais tarde, chegou aos automóveis.
A tradicional e clássica Bentley Motors seria fundada somente no ano de 1919, na cidade de Londres, nascida da parceria de W. O. e seu irmão, Henry. Já em seu primeiro ano produziu dois protótipos - EXP 1 e EXP 2, predecessores do 3-Litre, primeiro modelo oficial da montadora, lançado em 1921 (foto). Os protótipos revolucionaram o mercado com o motor de 4 cilindros e 16 válvulas, com comando no cabeçote e pistões de alumínio. Para a época era um feito e tanto. Dois anos depois, o EXP 2 conquistou a primeira vitória da Bentley em competições esportivas, numa prova em Brooklands. Os modelos esportivos chegavam a até 160 km/h, e para pará-los Bentley havia colocado freios nas quatro rodas (outra inovação à época). Esse lendário modelo ainda existe e pertence à fábrica. O EXP 1 foi destruído em um acidente nos anos 1920.
Com o 3-Litre Bentley iniciou também sua história de sucesso em provas de automobilismo, com o clássico símbolo do "B" alado. A consagração de Bentley viria em 1924, com a primeira vitória nas 24 horas de Le Mans.
Com a Grande Depressão, em 1931 a Rolls-Royce comprou a Bentley. Por décadas ambas fabricaram automóveis exclusivos, luxuosos e que se tornaram objetos de desejo, como o Bentley Mark VI, Continental R (1952) e o Bentley T Series (introduzido em 1965). A fábrica permaneceu sob o comando da Rolls-Royce até 1998, quando ambas foram compradas pela Volkswagen - numa manobra comercial em que venceu a BMW, que fornecia motores para as marcas e detinha a licença de uso da marca Rolls-Royce. As montadoras alemãs entrariam em acordo e, a partir de 2002, a VW ficou com a Bentley, entregando a Rolls-Royce à BMW. Já sob o comando da Volkswagen, a Bentley voltaria a correr em Le Mans após 71 anos de ausência. Foi em 2001, com o EXP Speed 8, praticamente uma versão do Audi R8, vencedor da prova nas três edições anteriores.
E a marca de W. O. Bentley se consagraria novamente, levando o lendário "B" alado e o bravo histórico de seus "Bentley Boys" ao primeiro lugar em 2003. Neste mesmo ano foi lançado o Bentley Continental GT, um grand tourer de duas portas com capacidade para 4 passageiros que viria a substituir os modelos Continental R e T.
A partir desta época a procura de carros BENTLEY aumentou de tal modo que os clientes chegaram a esperar um ano para que o seu carro fosse entregue. Em 2006, ano em que comemorou os 60 anos de atividade da fábrica de Crewe, a Bentley introduziu o Continental GT Diamond Series, uma série especial limitada a 400 unidades. Neste mesmo ano estreou no mercado o Bentley Continental GTC, a versão conversível do famoso modelo Continental. Sob o comando da VW a montadora vive seus melhores anos com as vendas em alta. Em 2008, uma das marcas mais tradicionais do mundo automobilístico se rendeu ao motor flex.
Fonte: site autoclassic.com.br, julho de 2012