Três meses em vigor e a lei já gerou polêmica. Rodovias bloqueadas pelo Brasil afora prejudicando muita gente que nada tinha a ver com o assunto. A regulamentação estabelece uma pausa de 30 minutos a cada quatro horas de viagem e 11 horas de descanso por dia.
Caminhoneiros que ganham por entrega não concordam.
"Aumenta óleo diesel, aumenta pedágio e diminui carga horária. Você vai rodar menos, você vai faturar menos. Mas você tem suas contas pra pagar, prestação do caminhão, seguro, pneu, manutenção", avalia o caminhoneiro Alexandre Demarchi.
De passagem pelo Brasil, caminhoneiros chilenos nos contaram que lá a lei está em vigor há dois anos.
"A lei é boa. Trabalhamos cinco horas, paramos duas e trabalhamos mais cinco. Aí descansamos por oito horas", conta um deles. "Nós nos adaptamos. Com a lei ficou melhor porque a gente pode descansar."
Um posto de gasolina na beira da Régis Bittencourt, rodovia federal que liga São Paulo a Curitiba, tem um pátio de 30 mil metros quadrados que comporta até 200 caminhões. Também tem restaurante, banheiro com chuveiro e até um pequeno hotel. E uma das reclamações dos caminhoneiros é que nas estradas pelo Brasil afora há poucos locais como esse, com uma infraestrutura suficiente e segura para que o caminhoneiro possa descansar.
Mesmo quando há postos, é preciso achar vaga e ainda virar cliente.
Na próxima quarta-feira, um grupo criado pelo Ministério do Trabalho vai se reunir com representantes dos caminhoneiros para analisar todos os pontos da lei que regulamenta a jornada de trabalho. O grupo tem 30 dias para apresentar uma nova proposta.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 4 de agosto de 2012