O urbanista e consultor de tráfego Flamínio Fichmann avalia que esse patamar é "extremamente" grave. "Revela que a cada ano cerca de 10% dos ônibus da capital se envolvem em acidentes com vítimas, o que, em termos relativos, faz dessa frota a mais perigosa de todas", disse.
Segundo ele, falta rigor na fiscalização e na punição de motoristas infratores, como, por exemplo, os que dirigem falando ao celular, fumando e acima do limite de velocidade.
Para o engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), se comparado à média nacional, o índice de mortes por ônibus em São Paulo é pequeno, cerca de três vezes menor. "Mas é claro que ainda pode melhorar bastante."
Para tanto, diz o especialista, é preciso promover melhorias nas condições de trabalho dos motoristas. "A jornada deve ser adequada para minimizar o estresse e tornar o comportamento deles mais tranquilo."
Pedestres
Além disso, comenta Ejzenberg, os motoristas devem ser conscientizados sobre a importância de se reduzir a velocidade e respeitar os pedestres - as maiores vítimas. O especialista destaca, no entanto, que o tempo de travessia na rua para quem está a pé também deve ser adequado, a fim de diminuir o risco de atropelamentos.
A SPTrans informou que, nos seis primeiros meses deste ano, foram contabilizados 340 atropelamentos. Houve queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 370 atropelamentos por ônibus. Ejzenberg credita a redução à campanha de proteção aos pedestres.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 31 de julho de 2012