O percentual foi constatado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que, pela primeira vez, mediu o respeito ao pedestre em esquinas fora da região central.
A medição foi feita em julho em um cruzamento no centro, outro na Barra Funda (zona oeste) e outro do Brooklin (sul). Como nunca houve medições ali, não há como comparar com outros períodos.
A pesquisa também mostrou que cada esquina tem seu perfil. Naquelas sem grandes avenidas de fluxo rápido nem semáforos para veículos, a tendência de respeito é maior. Quando há grande trânsito de táxis e ônibus, o respeito também tende a aumentar.
É o caso da rua Senador Feijó com a rua Quintino Bocaiúva, no centro. Ali, em uma das situações medidas, houve respeito de até 65,6%. A Folha esteve lá ontem. Em cinco minutos, viu 19 carros, de 33, respeitando a faixa (57,5%).
Na esquina da avenida Marquês de São Vicente com rua Joaquim Manoel de Macedo, na Barra Funda, o respeito é bem menor - chegou a só 20% numa das coletas da CET.
Para Nancy Schneider, superintendente de educação e segurança no trânsito da CET, o índice de respeito obtido em três pontos distintos é positivo. "Está dentro das expectativas. Mais de um quarto da frota está parando e isso já faz parte da rotina das pessoas."
As diferenças percebidas entre os cruzamentos serão usadas como foco na nova fase da campanha, afirma ela.
Além disso, 500 orientadores de travessia serão contratados e há "rodízio de fiscalização na cidade". Ela destaca que pedestres se sentem mais respeitados do que realmente são. "Isso encoraja pedestres e motoristas a respeitarem."
Mãozinha
Outra pesquisa da CET, de junho, mostra que cerca de 90% dos motoristas e pedestres conhecem o gesto da mãozinha.
No entanto, mais da metade dos pedestres (52%) nunca o utilizou, principalmente por insegurança, falta de hábito ou timidez.
Houve, porém, um aumento de 17% de pedestres fazendo o gesto desde novembro.
Fonte: Folha de S. Paulo, 7 de agosto de 2012