Desde o final do ano passado, o crédito secou no setor. Cerca de 80% dos pedidos de financiamento são negados.
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) acentuou a crise. Em alguns modelos, a desvalorização chega a 30% como reflexo da queda no preço dos novos.
A Fenauto (sindicato das revendas) estima que cerca de 4.500 lojas foram fechadas nos últimos meses, cerca de 10% do total no país.
O setor entregou uma pauta de reivindicações ao Ministério da Fazenda.
Pede retirada total do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos financiamentos de usados e uma linha de capital de giro para garantir a sobrevivência dos lojistas até a retomada do crédito.
"O governo só tem olhos para as montadoras. Esquece do nosso setor", afirma o presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalves.
Reflexo nos novos
A crise nos usados deve afetar o desempenho dos novos. Cerca de 60% dos compradores de modelos 0 km entregam um carro de entrada no negócio.
"É um mercado muito significativo, até mesmo para a montadora, porque, para vender o carro novo dela, ela precisa desse mercado funcionando", afirma o consultor Valdner Papa.
Fonte: Folha de S. Paulo, 4 de agosto de 2012