Depois de problemas com o mercado dos Estados Unidos, devido à competitividade das indústrias locais, a Renault se voltou para o mercado europeu e buscou parcerias com empresas. Nesse período o pequeno Dauphine entrou para a história dos carros no Brasil, por meio de uma parceria entre a Renault e a Willys-Overland do Brasil, que já produzia a Rural e o Jeep Willys, e o pequeno francês começou a ser fabricado aqui.
Leve, barato e econômico, com consumo entre 14,5 e 17 km/litro, se popularizou rapidamente. Um de seus maiores destaques era a suspensão independente Aerostable, com bolsas de borracha cheias de ar que endureciam de acordo com a carga do veículo. Mas essa suspensão, projetada para as estradas europeias, causou uma série de problemas nas precárias estradas brasileiras da época, e a fragilidade logo rendeu ao Dauphine uma fama ruim.
Em 1962 as alterações causaram o rebatismo do carrinho para outro nome com o qual ficou famoso, Gordini (nome do preparador de motores e carros de corrida Amedée Gordini, que trabalhava com a área de competições da Renault). O câmbio passou a ter quatro marchas para a frente, e o motor sofreu ajustes que elevaram sua potência para 40cv. Novos ajustes vieram em 1964 para a versão 1093, que atingia a potência de 55cv graças a novos coletores de admissão, dois carburadores e taxa de compressão maior.
Em 1966 surgiram novos frisos, nova posição da tampa do radiador, e reforços na suspensão que tornaram o Gordini mais resistente. Os últimos modelos foram o Gordini III e o Gordini IV (1968, apenas com novas cores), com lanternas traseiras diferentes e, opcionalmente, freios a disco nas rodas dianteiras. Novas relações de marcha aumentaram a velocidade máxima para 123 km/h e o consumo passou para 13 km/l.
O Dauphine/Gordini saiu de cena em 1968 e levou junto com ele a Willys-Overland do Brasil, mas deixou uma marca importante na história da nossa indústria de carros. Parte da sua mecânica permaneceu no seu sucessor, o Ford Corcel.
Fonte: arquivo CNB, abril de 2013