Para o sócio da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), Ricardo Pazzianotto, o Brasil é um país caro para se produzir e as montadoras procuram amortizar ao máximo seus investimentos. Em relação ao México, fazer carros no País custa 40% mais. Na comparação com a China, a diferença chega a 60%, diz.
Um produto que já teve o custo de desenvolvimento e lançamento totalmente amortizado e tem boa procura é retorno garantido, mesmo que em alguns casos seja reduzido.
"Normalmente esses veículos vendem bem porque têm preços competitivos", afirma Pazzianotto. "O preço e a renda são os fatores que determinam a venda de veículos no Brasil e um carro barato, que serve para ir ao trabalho e voltar para casa, é o que importa para muitos consumidores."
Para as fabricantes, introduzir itens que vão encarecer o automóvel é um dilema, pois elas têm de convencer o consumidor de que a inovação é boa para ele e vale a pena pagar mais.
A concorrência cada vez mais acirrada, especialmente com a chegada de novas fabricantes como as chinesas Chery e JAC, a coreana Hyundai e a alemã BMW, contudo, obriga as empresas a conter seus preços.
No Brasil, o governo precisou tornar obrigatória a instalação de freios ABS e airbags. Na Europa e nos EUA, o consumidor raramente compraria um carro sem esses itens de segurança. O fim de alguns dinossauros que circulam apenas no Brasil veio, portanto, por força de lei.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 21 de abril de 2013