Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina.
De acordo com a Fipe, na pesquisa que levou em conta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o preço médio do etanol apresentou variação negativa de 1,33% no fechamento de outubro. A gasolina recuou menos, 0,46%. Ambos colaboraram para a deflação de 0,12% do grupo Transportes em outubro. Este comportamento do etanol é atípico para o período, segundo o coordenador-adjunto do IPC, Rafael Costa Lima. "O etanol geralmente sobe nesta época por causa da entressafra da cana", disse ele.
Segundo o economista, o recuo dos preços pode ter sido provocado por uma queda na demanda.
E no que se refere à relação entre etanol e gasolina o quadro não deve mudar tão cedo. "Deve permanecer perto de 70% até o começo da próxima safra", previu Costa Lima, considerando ser difícil novas alterações na demanda pelo combustível.
No levantamento semanal da Fipe, a relação entre etanol e gasolina desacelerou mais fortemente, passando de 71,10% na terceira semana para 69,50% na quarta semana do mês passado. Costa Lima destaca, no entanto, que a marca continua muito perto de 70%. "Neste nível, é o detalhe que faz a diferença", afirmou.
Fonte: Agência Estado, 3 de novembro de 2011