O clipping do Parking News mostra que o mundo não para e há sempre novidades no mundo do automóvel, dos transportes e do trânsito, que pouco ficamos sabendo na realidade, pois afetam alguns em particular. Mas acabam afetando a todos indiretamente.
A produção de automóveis no Brasil retomou o crescimento, ainda que não nos mesmos níveis anteriores à crise. Em junho deste ano a produção nacional caiu em relação a junho de 2008 (Veículos puxam queda recorde da produção industrial no semestre - Parking News, edição 99, 11/08/2009). O mercado estava em franca ascensão, antes de ser alcançado pela crise financeira internacional.
No entanto, a comparação internacional, segundo notícias no mesmo boletim, diz que "País é um dos 5 onde venda de veículos cresceu" (Agência Estado, 4 de agosto de 2009).
Dos 19 principais mercados internos de automóveis e comerciais leves em todo o mundo, somente cinco fecharam o primeiro semestre deste ano com taxas positivas, entre eles o Brasil. De acordo com a consultoria Jato Dynamics do Brasil, a China liderou as vendas, com 4.309.314 unidades emplacadas entre janeiro e junho de 2009, o que representa uma alta de 24,3% em relação a igual período de 2008. A informação é da Agência Estado.
Na segunda posição aparece a Alemanha, com 2.144.979 carros emplacados no período (22,6% de alta). O Brasil é o terceiro colocado, com 1.393.893 automóveis e comerciais leves vendidos nos seis primeiros meses do ano, o que representa um acréscimo de 4,2% em relação aos seis primeiros meses de 2008.
Os dados oficiais, divulgados pelo Denatran, só chegaram a maio de 2009 e indicam que de janeiro a maio de 2009 foram fabricados e emplacados no País 1.430.374 veículos, dos quais 713.087 automóveis. O que chama atenção é o volume de motocicletas emplacadas: 420.221 no período.
Considerando o período de 12 meses (maio de 2008 a maio de 2009), o acréscimo da frota, no País, foi de 4.318.915, com um aumento de 8,37%, puxado pelo vertiginoso aumento das motocicletas: 14%, com uma frota adicional de 1.403.418 unidades.
É dentro desse contexto que ocorre a regulação do uso do mototáxi, em caráter nacional, sem a devida consideração sobre as diferenças entre as cidades.
Pode ser uma solução para cidades menores, carentes de transporte coletivo. Essa carência pode decorrer da baixa demanda por circuitos, o que não torna viável linhas por ônibus.
Já no caso da cidade de São Paulo, o excesso de demanda e a geração permanente de congestionamentos pode ser mais um problema do que uma solução.
Novos radares, alguns com leitores de placas, serão implantados em São Paulo, ampliando a visão governamental de uso de mais regras e fiscalização para controlar o trânsito.
Irão, efetivamente, melhorar o trânsito? Serão apenas paliativos ou mecanismos para aumentar a arrecadação?
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.