A Gazeta do Povo (PR) destaca que a motorização é consequência de ao menos dois fatores: falta de qualidade do sistema de transporte coletivo e aumento do poder de consumo da população.
Em Curitiba, uma das formas para atrair novos usuários é o investimento em um novo sistema modal. "De acordo com a demanda, é preciso oferecer opções de bonde, trem, metrô e ônibus. Somar essas alternativas para evitar a utilização demasiada do carro", esclarece o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, Orlando Pinto Ribeiro.
Coordenador de veículos do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Cícero Pereira da Silva afirma que os órgãos responsáveis pelo trânsito nas cidades devem pensar na redução de veículos nas ruas "antes que se torne impossível transitar". O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê que planejamento, regulamentação e operação do trânsito sejam de responsabilidade das entidades municipais. Conforme o CTB, também cabe às cidades a implantação de "medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes".
Além de benefícios para o meio ambiente, a redução do fluxo de veículos nas cidades representa melhora de condição de vida para boa parte da população. Os congestionamentos, antes restritos às grandes cidades, já se disseminaram para o interior do Estado. "Municípios como Londrina, Maringá estão sofrendo as consequências exatamente como Curitiba. Os problemas ainda não estão no mesmo nível da capital, mas já se percebe esse aumento da frota", afirma Silva.
Fonte: Gazeta do Povo (Curitiba-PR), 10 de agosto de 2009