As pistas centrais da Marginal do Tietê foram inauguradas em um sábado, dia 27 de março. Os efeitos no trânsito da capital, no entanto, não podem ser atribuídos exclusivamente a elas, uma vez que o Trecho Sul do Rodoanel ficou disponível menos de uma semana depois. O conjunto das duas obras - que totalizaram quase R$ 7 bilhões - aponta redução de 28% nos congestionamentos de toda a cidade, segundo dados da CET. Na Avenida dos Bandeirantes e Marginal do Pinheiros - áreas que sofreram mais influência com o Rodoanel - a redução foi respectivamente de 36% e 22% no período.
Carros
A redução nos congestionamentos fez muitos motoristas passarem a usar a Marginal do Tietê. Medição da CET aponta que houve um aumento de 30 mil carros por dia na via - crescimento que varia diariamente entre 10% e 11% em relação ao período antes da inauguração das duas obras. A estimativa divulgada inicialmente era de acréscimo de 35 mil veículos - automóveis, caminhões e ônibus.
Apesar do crescimento no movimento de veículos, um dos motivos para menos congestionamento foi a redução de caminhões na Marginal do Tietê, segundo estimativa da CET - o número oficial deve ser fechado nesta semana. Esse conjunto de situações proporcionou também uma melhora de 25% na velocidade média na via durante o horário de pico. O aumento, no entanto, foi menor do que o registrado nas vias mais afetadas pelo Rodoanel. Na Avenida dos Bandeirantes, a velocidade média aumentou 37% e na Marginal do Pinheiros, 40%.
Um alerta feito pelos especialistas em relação a esse aumento no movimento na Marginal diz respeito à procedência dos motoristas. "Essas boas condições são temporárias, porque uma nova via sempre desperta uma demanda reprimida. E o pior é que, além de trazer motoristas que utilizavam outras vias, atrai também gente do transporte coletivo", diz o consultor Horácio Figueira, que acrescenta que, apesar de o acumulado mostrar melhora, em alguns momentos do dia os ganhos já começam a ser perdidos. "Nós vemos a Marginal livre fora do horário de pico. Mas em alguns dias ela já voltou a parar nos picos."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 26 de abril de 2010