No ano passado, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) aplicou 343 mil autuações para motos - a frota total é de 816 mil. A baixa quantidade de multas é ainda mais preocupante quando se leva em conta o número de pessoas mortas em acidentes com motos na cidade. Do total de 1.382 óbitos, 428 (30,9%) eram motociclistas.
A contratação de agentes da CET e a instalação de novos equipamentos de fiscalização eletrônica fizeram o número de multas para motos praticamente dobrar em 2009. Entretanto, houve um aumento geral no período e as aplicadas às motos continuaram sendo a menor parcela. Ao todo, foram 6,2 milhões - as das motos correspondem a 5,4%. Como metade dessas infrações é por excesso de velocidade, calcula-se que grande parte seja para motoboys que correm contra o relógio no trânsito - só na capital, o contingente é de 150 mil profissionais.
Invisíveis
"Muitos radares não conseguem detectar a passagem das motos", adverte o presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva. "Na maior parte das vias, dispositivos que registram a velocidade não são colocados de um lado a outro. Fica fácil escapar transitando entre faixas." O Denatran encaminhou ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) propostas para tentar corrigir as distorções.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 22 de abril de 2010