O chope depois do trabalho é tradição que não se mexe. Mas, hoje, quem bebe, dificilmente se arrisca a repetir um velho erro. "Bebeu não pode dirigir". "O carro fica em casa. Como estou perto de casa, vou a pé".
No Rio, a lei seca não mudou só os hábitos. A fiscalização no Estado é rígida. Segundo os coordenadores, todos os dias são abordados até 1,7 mil motoristas nas operações que são realizadas na capital e na Região Metropolitana.
Os números das blitze também revelam o rigor na aplicação da lei: desde março de 2009, quando a lei entrou em vigor, foram 161 mil testes de bafômetro, 33 mil multas, 13,5 mil habilitações apreendidas e 10 mil carros retirados das mãos de quem tinha bebido. O número de vítimas, em praticamente um ano, caiu 26%. O que significa que 4,5 mil pessoas deixaram de se envolver em acidentes.
"Não há concessão. Nós temos dois focos: o fiscalizatório, porque o cidadão, infelizmente, tem que sentir no bolso, e a conscientização, que é feita pelos nossos cadeirantes, num trabalho de educação junto aos bares, restaurantes, casas de show e boates", declarou Carlos Alberto Lopes, coordenador da operação lei seca.
Segundo o governo do Estado, uma pesquisa revelou que 97% da população aprova a fiscalização.
"Meu filho tem 24 anos, só sai de táxi quando vai para as noitadas. Acho um espetáculo. Essa lei deu muita tranquilidade para os pais", afirmou a pedagoga Silvia Marins.
Fonte: Jornal Nacional, da TV Globo, 9 de março de 2010