Parking News

Antes de estacionar seu Gol para visitar a nora no hospital Albert Einstein, no Morumbi (zona sul), a aposentada Márcia Maria fez as contas, pensou no seguro do carro e decidiu: "Vou parar na rua mesmo". Por uma única hora na garagem privada, pagaria os mesmos R$ 10 que ela desembolsa para estacionar um dia inteiro na Barra Funda (zona oeste). "É caríssimo. Meu filho sempre paga. Mas eu sou aposentada, tenho que pesquisar antes." O preço do estacionamento do Einstein não é exceção nos principais hospitais privados de São Paulo, que costumam cobrar valores acima das médias de mercado na Capital, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. Em relação aos preços de shoppings, podem custar até o triplo. Quem deixa seu carro por quatro horas em hospital ou maternidade como São Luiz (Itaim, Anália Franco ou Morumbi), Einstein, Nove de Julho, Santa Joana e Santa Catarina paga de R$ 21 a R$ 23. Trata-se do dobro do que se gasta para estacionar num shopping como Iguatemi e de três vezes os preços dos shoppings Morumbi e Ibirapuera. Equivale também a até 23% mais do que a média da mais cara região para estacionar na cidade de São Paulo: os Jardins, incluindo a Avenida Paulista. Por um lado, há várias peculiaridades que encarecem os custos das garagens nos hospitais, como uma quantidade grande de manobristas para dar agilidade à entrada de pacientes, a presença de funcionários em tempo integral e a localização em áreas nobres. De outro, os preços são altos porque os estacionamentos, mesmo os terceirizados, são hoje também, em muitos casos, fonte de receita dos hospitais.
Conveniência
Os clientes só costumam reparar nos valores na hora de sair. Na entrada, a maioria tem pressa - tanto por estar doente como por transportar alguém nessa situação. Poucos se preocupam em conferir os preços. Quem deixar o carro com um manobrista na Pro Matre ou no Sírio-Libanês e tiver de ficar 24 horas por lá vai desembolsar R$ 79 e R$ 80, respectivamente. Mesmo nesses casos, há opções mais em conta - como pacotes de diárias ou a alternativa de manobrar sozinho -, mas somente para os mais atentos. "Quem está com um doente no carro ou vai pegar alguém que acabou de receber alta não vai querer parar mais longe. É questão de conveniência e conforto", diz Jaime Waisman, especialista em trânsito e professor da USP. "Os principais hospitais estão em áreas sem fartura de espaço. As vagas são poucas, por isso os preços sobem."
A maioria dos hospitais diz que suas tarifas são compatíveis com as de suas regiões. Em alguns casos, como no Einstein, faltam concorrentes. Em outros, como no São Luiz do Morumbi, até é possível pagar um terço (R$ 3) do preço do hospital pela primeira hora (R$ 9), mas por uma vaga num terreno vazio, sem horários nem dias fixos de funcionamento. Mas há alternativas aparentemente boas e com seguro numa área com diversos hospitais, perto da Avenida Paulista. Um estacionamento 24 horas na Rua Barata Ribeiro, altura do 380, cobra R$ 8 por até seis horas e R$ 10 por até 12 horas - menos de um terço do que se paga no manobrista do Sírio-Libanês, a 200 metros. Na Rua Peixoto Gomide, um estacionamento cobra R$ 5 a primeira hora e R$ 2 as demais -metade do preço do valet do Nove de Julho, a 300 metros dali.
Hospitais dizem que também há opções mais econômicas
Para quem fica internado, os hospitais oferecem pacotes para mais de um dia que tornam mais vantajosos os preços do estacionamento. No Einstein, é possível contratar um serviço de cinco dias por R$ 150 - a diária normal custa R$ 65. Na Pro Matre e nas unidades Itaim e Anália Franco do Hospital São Luiz, há um pacote de maternidade de três dias por R$ 90. No Samaritano, por R$ 76; no Sírio-Libanês, por R$ 44.
Sergio Morad, presidente do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark), afirma que muitos hospitais não têm área de garagem, levando à locação de espaços que encarecem os serviços. Ele diz que a atividade é diferenciada pela quantidade de manobristas em tempo integral e que alguns hospitais ficam com a maioria da receita.
Helio Cerqueira Jr., da associação nacional do setor, afirma que os preços estão ligados "às condições imobiliárias do mercado e às particularidades de cada empreendimento". Quase todos os hospitais negam cobrar mais que o mercado. Outros dizem não ter ingerência nos preços porque os serviços são terceirizados.
Fonte: Folha de S. Paulo, 10 de março de 2010

Categoria: Mercado


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