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Considerada a capital da Zona Leste, o Tatuapé verificou um crescimento do número de furtos e roubos de automóveis. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, em 2013 os furtos de veículos aumentaram 29,4%, se comparado com 2012. A tendência de aumento continuou no primeiro mês de 2014. Foram 96 furtos no mês passado contra 85 em janeiro de 2013.
O aumento da violência no Tatuapé é uma espécie de efeito colateral da pujança econômica e social do bairro. Um dado que explicita essa realidade é a valorização imobiliária. Nos últimos seis anos, o metro quadrado na região saltou de R$ 3,3 mil para R$ 6,3 mil, um espantoso aumento de quase 130%.
Segundo o superintendente da Associação Comercial, distrital Tatuapé, Antonio Teixeira, de 2006 até agora houve um salto de cerca de 20% ao ano do número de estabelecimentos comerciais. "O Tatuapé tem forte viés boêmio", disse.
Sabendo disso, a bandidagem decidiu agir, sobretudo à noite, para roubar carros. Segundo o capitão Fabio Pellegrini, responsável pelo policiamento no Tatuapé, a ação dos ladrões para esse tipo de crime ocorre, principalmente, das 18h às 22h. "O grande número de faculdades e bares acaba incentivando a presença de criminosos no bairro".
Análise: Joaquim de Almeida - Pres. da Associação de Bares e Restaurantes-SP
?É a Vila Madalena da Zona Leste?
O Tatuapé já pode ser considerado o maior reduto de bares e restaurantes noturnos da cidade fora do eixo Vila Madalena, Itaim Bibi e Jardins (todos na Zona Oeste).
Antes, o Tatuapé rivalizava com a Mooca esse posto. Agora, superou. A violência acaba vindo junto. As autoridades competentes precisam se debruçar com mais atenção sobre o tema. O Tatuapé ainda nem atingiu seu ápice econômico e social.
Além do comércio, também há forte presença de condomínios de alto padrão, além de três shoppings centers. O morador do Tatuapé de hoje é elegante.
Entrevista: Fábio Pellegrini - Capitão da Polícia Militar
?Criminosos agem também no período matutino?
O novo capitão da 1ª Companhia do 8º batalhão, Fábio Pellegrini, está preocupado com o aumento de furto e roubos a veículos na região. Para conter a criminalidade, faz monitoramento dos locais mais críticos.
DIÁRIO: O que a Polícia Militar de São Paulo está fazendo no sentido de evitar esses crimes na região?
FÁBIO PELLEGRINI: O Tatuapé, dentre todas as companhias do 8º Batalhão, é a que mais exige cuidados do policiamento. Estamos fazendo um monitoramento diário nos pontos que percebemos aumento no número de roubos e furtos. O roubo é nossa prioridade, porque pode levar a um latrocínio.

Por que o Tatuapé se tornou um bairro perigoso?
É um lugar com poder aquisitivo alto, com grande quantidade de bares e restaurantes e também há uma população flutuante por causa dos shoppings e das estações de Metrô. Tudo isso acaba atraindo.

Os criminosos têm horário específico para agir?
Neste monitoramento, percebemos que os maiores índices de roubos e furtos às pessoas acontecem das 5h às 10h, porque as pessoas estão indo trabalhar e deixam carros estacionados nas ruas próximas às estações. Além disso, ocorrem os roubos à noite.
Fonte: Diário de São Paulo, 26 de fevereiro de 2014

Categoria: Cidade


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