O Projeto X
A subsidiária da VW no Brasil sempre teve certa independência da matriz alemã, graças à presidência de Rudolf Leiding (que mais tarde acabaria se tornando presidente da matriz). Em 1969 ele deu a partida para um projeto independente, totalmente desenvolvido no Brasil, para um carro esportivo de carroceria leve batizado de Projeto X.
O protótipo fora apresentado na Feira da Indústria Alemã em março de 1971, dividindo a atenção do público com o protótipo do Mercedes Benz C111. O protótipo apresentado na feira ainda sofreria mudanças significativas antes de ganhar as ruas.
Como já era de esperar, a reação do público foi imediatamente positiva, sobretudo pelo estilo agressivo do carro e por suas linhas sinuosas. Porém demoraria mais um ano até que os SP2 ganhassem as ruas, pois ainda estavam recebendo os ajustes finais antes do lançamento.
O lançamento oficial foi feito em junho de 1972, porém a maioria dos revendedores VW recebeu o modelo somente um mês depois. O novo carro recebeu o nome de SP, iniciais de São Paulo, estado onde foi idealizado e produzido, porém existe uma versão, não oficializada pela montadora, de que seria a sigla para a expressão em inglês "Sport Prototype", ou protótipo esportivo. Existiam 2 versões do SP: o SP1, com motor de 1584cc e 65cv, e o SP2 com motor 1678cc e 75cv.
O SP2 foi construído com chassis da VW Variant, com algumas diferenças, como freios dianteiros a disco e motor com dupla carburação (Solex 34 PDSIT com afogador automático). Os 75cv a 5000rpm levam o SP2 a 100 km/h em 16,4 segundos e velocidade máxima de 153 km/h (dados do teste da revista 4 Rodas de 1972), um desempenho considerado fraco para um carro com pretensões esportivas. Outro detalhe interessante é a altura do carro, com apenas 1.158mm, mais baixo que o Karmann Ghia ou o Porsche 914. Foi o carro nacional de série mais baixo já produzido.
Seu desenho é muito bonito, e se mantém atual até os dias de hoje. O SP2 possuía muitos detalhes incomuns para a época, como os frisos laterais em vermelho refletivo, limpadores de pára-brisas com hastes pantográficas e pára-choques de borracha. Painel muito completo com velocímetro, conta-giros, relógio, amperímetro, marcador de combustível e temperatura do óleo do motor. Acendedor de cigarros embutido, ventilação e luzes de leitura de mapa nas portas. Foi também o primeiro modelo nacional a possuir alavanca de acionamento dos limpadores de pára-brisa na coluna de direção.
Quase três mil unidades foram vendidas no segundo semestre de 1972. Nos anos seguintes a demanda caiu, mas manteve-se estável e carro não recebeu modificações, exceto novas cores. Em 1974 o SP1, com apenas 88 unidades fabricadas (número não confirmado), já não estava mais disponível, permanecendo apenas o SP2, que inclusive já era o nome popular do modelo.
O SP2 continuou em linha até fevereiro de 1976, com a marca de 10.205 unidades produzidas (dados não confirmados), sendo que cerca de 670 unidades foram exportadas.
Fonte: vwsp2classico.blogspot.com.br, abril de 2012