"Seria ótimo saber que a avenida que o GPS indicou está parada e que eu poderia tentar uma via alternativa", diz o taxista Roger Eric Grandini, que usa GPS diariamente em seu trabalho. "Ele é uma mão na roda na hora de encontrar ruas, mas faz falta ter essa informação". Para Grandini, sem isso, o GPS acaba sendo uma versão digital do velho guia de ruas encadernado.
Usuários como ele e interessados em instalar um destes dispositivos no carro esperam pela habilitação dos serviços mais "modernos" - o que, segundo o executivo da fabricante de navegadores GPS Multilaser, Reinaldo Paleari, deve se tornar realidade ainda em 2008. "A funcionalidade Traffic Message Channel (TMC) usa a freqüência FM para transmitir os dados ao navegador e provê informações de trânsito e tempo", explica Paleari. "Esperamos disponibilizá-la a partir do segundo semestre do ano."
Mas a falta de divulgação consistente do tráfego urbano ainda pode ser um entrave ao serviço. Nos países que já usam o TMC, órgãos públicos se encarregariam de divulgar dados e auxiliar no funcionamento. Em São Paulo, por exemplo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não supriria essa necessidade, uma vez que faz medição de apenas 835 km dos mais de 17 mil que compõem as vias paulistanas.
Mas, com TMC ou não, a navegação GPS no Brasil já começa a ser realidade também em carros zero quilômetro, que saem das esteiras das montadoras para o asfalto das ruas. A Chevrolet foi a primeira montadora nacional a ofertar, como item de série em seus automóveis, navegadores GPS. Outras fabricantes automotivas, como a Volkswagen, vendem navegadores como acessórios. Já Fiat e Ford não oferecem o equipamento nem como item opcional e não divulgam planos de passar a fazê-lo.
Hoje, ao adquirir um GPS (cujos preços começam em R$ 600,00), o usuário não desembolsa nada além do valor pago pelo aparelho. Atualizações com nomes de novas ruas e alteração de sentidos das vias são disponibilizadas - em geral, semestralmente -, mas há marcas que não cobram por elas.
Entenda como funciona o GPS
GPS é a sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global. Trata-se de um sistema de navegação orientado por 24 satélites (12 em cada hemisfério) que orbitam em torno da Terra. Esses satélites viajam ao redor do planeta a uma distância de 20.200 km e fazem uma órbita completa a cada 12 horas. Equipados com relógios atômicos que têm precisão de bilionésimo de segundos, os satélites de GPS transmitem continuamente para os satélites receptores na Terra sinais digitais de rádio com informações sobre a localização e hora exata.
Dispositivos menores, como os navegadores GPS, não possuem um relógio atômico, o que interfere na precisão do tempo de viagem do sinal. É por esse motivo que, às vezes, surgem alguns erros de posicionamento no momento em que os dispositivos traçam a rota a ser seguida.
Fonte: UOL/Últimas Notícias, 5 de maio de 2008