Parking News

Na cidade que já computa mais de 6,06 milhões de veículos em sua frota, os automóveis deixaram de ser um facilitador da vida e passaram a ser mais uma fonte de estresse. "No meu consultório, tenho escutado as pessoas comentarem mais o desgaste causado pelo trânsito", relata Júlio César Fontana-Rosa, psiquiatra membro da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) e professor da USP (Universidade de São Paulo) em reportagem de Tatiana Pronin, editora do UOL Ciência e Saúde.
"O estresse não é causado apenas pelo trânsito, mas é no trânsito que muita gente extravasa a tensão acumulada", explica Esdras Vasconcellos, professor de psicologia da USP. "Se a pessoa não tem a postura psicológica para controlá-lo, ele aumenta ainda mais", acredita.
João Carlos Alchieri, psicólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que estuda comportamento e trânsito, concorda. Segundo ele, o trânsito faz com que as pessoas tenham menos tolerância e sintam-se mais agredidas. A raiva, muitas vezes, gera atitudes agressivas no trânsito. Para Alchieri, contudo, xingar e buzinar também são maneiras de exteriorizar o descontentamento. Para ele, a presença de um passageiro no veículo pode aliviar o estresse. "O diálogo facilita a atenuação do processo de raiva", avalia.
O estresse também acelera os batimentos cardíacos, aumenta a pressão sangüínea e o suor, além de contribuir para dores de barriga, de cabeça, no pescoço e nas pernas. Quem não pode evitar o automóvel, nem os horários de pico, deve preparar-se para enfrentar, da melhor maneira possível, os congestionamentos. "O trânsito estressa muito mais quem não se prepara para enfrentá-lo", lembra Esdras Vasconcellos. Para ele, é fundamental que o motorista se conscientize de que não pode mudar a realidade. Paciência e tolerância são as palavras-chave. Hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas, alimentar-se bem, consumir moderadamente álcool e medicamentos e meditar também podem ser benéficos. "Quanto menos estresse na vida, maior a tolerância no trânsito", resume Vasconcellos. Ouvir música ou notícias no rádio e exercícios de respiração também contribuem para aliviar a tensão.
Fonte: Folha de São Paulo, 25 de abril de 2008

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

Radares de SP ainda infringem a lei (05/05/2008)

Com a resolução 214, fixada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em 2007, os radares da cidade de São Paulo foram obrigados a ficar em locais visíveis aos olhos dos motoristas. No entanto, qua (...)

Reloginho amigo (07/05/2008)

Há um mês, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) instalou semáforos em nove pontos da região central. Com cronômetro que mostra quanto tempo falta para o sinal mudar de cor, o pedestre pode calcu (...)

Alça da Fernão beneficia 600 mil (05/05/2008)

Desde 1985 permanecia apenas como promessa a construção das alças de acesso ligando a Zona Norte de São Paulo, no limite com a cidade de Guarulhos, à Rodovia Fernão Dias, na região da Vila Sabrina. A (...)

O teste da "cara-de-pau" (07/05/2008)

Em apenas 45 minutos, sete carros utilizaram quatro vagas reservadas para deficientes físicos no estacionamento de um hipermercado na Marginal Pinheiros. Nenhum dos motoristas tinha problema de mobili (...)

Entrega, só de multas (06/05/2008)

Os caminhões de entrega que tentaram circular dia 5 pela cidade do Rio de Janeiro tiveram de enfrentar barreiras de contenção e cerca de 400 fiscais com talão de multa em punho. É que nesse dia entrou (...)


Seja um associado Sindepark