Mas ele é uma exceção. A maioria dos motoristas profissionais do Brasil tem mais idade e tempo de trabalho. É gente que está deixando o mercado. "O número de empresas e segmentos é muito grande, e o número de profissionais vai diminuindo a cada ano que passa. Não vai se formando no mesmo volume que vão se aposentando", afirma o gerente de RH Alexandre Marron à reportagem do Bom Dia Brasil.
Repor esta mão-de-obra é uma preocupação para um setor estratégico da economia. Ao todo, 60% das mercadorias que circulam pelo Brasil são transportadas por rodovias. O crescimento dos últimos anos fez aumentar ainda mais a procura por este profissional. Só que hoje as empresas de transporte exigem muito mais do que experiência na estrada.
Além do cuidado ao volante, o motorista tem de entender também de tecnologia. Hoje a maioria dos caminhões é monitorada via satélite e, por isso, eles são equipados com computadores. Em um deles, por exemplo, até para abrir as portas é preciso saber usar o aparelho. Este é um dos motivos da falta de mão-de-obra para assumir o comando dos "gigantes".
A estimativa da Confederação Nacional de Transportes é de que existam 40 mil vagas abertas para motoristas profissionais em todo o Brasil. "O profissional que está qualificado e com a prática necessária para viajar nesse país tem o emprego imediato", calcula Kagio Miura, diretor do sindicato das transportadoras.
É por isso que motoristas estão trocando a estrada pela sala de aula. "Vendo que o país está em expansão e está crescendo bastante, com profissionais cada vez mais qualificados, vim buscar mais conhecimento na área", comenta o aluno Márcio Fernandes.
O Serviço Nacional de Transportes pretende formar em um ano 67 mil motoristas.
Fonte: programa Bom Dia Brasil, 13 de outubro de 2011