Com os aumentos sucessivos, o DF não ficou bem na planilha da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A agência fez uma pesquisa em 80 postos e constatou que o Distrito Federal tem o álcool mais caro do país e é também o lugar onde os donos de postos têm a maior margem de lucros com a venda desse combustível. Eles ganham em média 45 centavos por litro de álcool. O levantamento da ANP revela ainda pouca oscilação de preços entre um posto e outro, diferença de apenas um centavo.
Os economistas que acompanham o histórico de preços dizem que, no DF, o lucro chega a ultrapassar 20%.
A Secretaria de Fazenda do DF explica que a alíquota de 25% de imposto sobre o combustível é fixa, mas como é calculada sobre o preço que vai para as bombas, os postos são responsáveis pelos aumentos. "Se o preço aumenta, o valor cobrado de imposto é maior, mas porque o preço foi maior, e não porque aumentou a carga tributária", explica o assessor da Secretaria de Fazenda Estevão Caputo.
Os donos de postos dizem que a culpa pelos reajustes está no início da cadeia produtiva do álcool. "Infelizmente, nos encontramos na entressafra da cana de açúcar e, desde o início do ano até hoje, nós sofremos aumentos extremamente abusivos no álcool. Como a gasolina contém 25% de etanol, ela também acaba sofrendo um aumento", justifica Thiago Jarjou, gerente de um posto.
Mas o consumidor sabe que existe álcool no país para atender à demanda e não concorda com a conta que está pagando.
Fonte: programa Bom Dia DF (TV Globo), 6 de abril de 2011