A estimativa de que apenas 45 carros por dia estacionem no novo pátio é da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Em três horários e dois dias diferentes - 9, 12 e 15 horas, de terça e de quarta-feira -, a reportagem do Estado viu, em média, 30 carros estacionados por vez no bolsão.
Isso porque uma diária no estacionamento operado pela empresa gaúcha Sinarodo custa R$ 25, antes os R$ 50,50 cobrados no pátio principal, resultado de um aumento recente de 61%, porque a tarifa de R$ 31,50 estava "defasada". A Infraero informou que a diária do novo bolsão é mais barata para incentivar a longa permanência.
A estatal não comentou os problemas na sinalização para o novo bolsão. Os usuários, sim. "Para falar a verdade, só parei aqui porque o outro estava lotado e um funcionário me deu a dica de vir para cá. Nem sabia que existia, não vi placa nenhuma", contou o administrador de empresas Mário de Oliveira.
As placas existem - pequenas e improvisadas, apontando para o estacionamento "Sinarodo/Rodopark", ao lado oposto da garagem principal. Mas, lendo o nome da empresa na placa, alguns passageiros pensam tratar-se de mais um dos inúmeros estacionamentos nas cercanias do aeroporto, a maioria a três ou quatro km de Cumbica.
Mais vagas
Os estacionamentos do entorno aproveitam para ganhar. Ao longo da Rodovia Hélio Smidt, eles colocam placas imensas e coloridas apontando para vagas "cobertas e com seguro". Um deles, o Unipare, na Rua Jamil João Zarif, lançou até o conceito de "estacionamento popular": a diária custa R$ 10.
A promessa da estatal é criar mais vagas - das atuais 2.948, o aeroporto passará a ter 4.416 ainda em 2012. Parte delas, em dois bolsões com mais de 700 vagas, é esperada para a "segunda quinzena de fevereiro", de acordo com a Infraero. Essas novas garagens vão ficar na frente do futuro Terminal 4 (remoto), o famoso "puxadão", com capacidade para 5,5 milhões de passageiros por ano e já com atraso na inauguração em mais de dois meses.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 2 de fevereiro de 2012