Cinco das passagens sobre a malha ferroviária da CPTM serão demolidas: os Viadutos da Lapa, da Pompeia, Antártica (na Sumaré), do Pacaembu, e da Avenida Rio Branco. Com isso, o tempo de espera por veículo vai aumentar e a velocidade máxima possível, diminuir.
"São Paulo sempre tentou aplicar o conceito das parkways, vias expressas e arborizadas que ficaram famosas nos anos 1950 nos Estados Unidos. Mas isso sempre havia sido feito de maneira insuficiente - o que predominou foi a fluidez do trânsito, e não a qualidade urbanística do entorno", diz Kazuo Nakano, arquiteto do Instituto Pólis. Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Lúcio Gomes Machado, o princípio geral da obra é inovador para a cidade. "São Paulo precisa de obras estruturais como essa."
Ambos, no entanto, têm críticas ao projeto. Para Nakano, é importante tomar cuidado para que a nova via não vire apenas uma "avenida imobiliária", que serviria mais para os interesses do mercado imobiliário do que para um aprimoramento urbanístico dessa região. Já Machado questiona a falta de discussão antes do lançamento dos editais das operações urbanas, o que deve ocorrer só em um mês. "Uma grande proposta imobiliária não pode ser feita sem solução urbanística."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 12 de novembro de 2010