"Cada cor tem um significado próprio. A prata transmite a ideia de prosperidade, enquanto o preto transmite segurança e riqueza", afirma Mateus Aquino, gerente do setor automotivo da empresa química DuPont no Brasil, fabricante de tintas para automóveis.
Um estudo do ano passado aponta que a cor prata corresponde a 31% da preferência dos consumidores brasileiros, seguida pelas cores preta (25%), cinza (16%) e branca (11%). O vermelho é a tonalidade mais popular, mas representa apenas 8% do mercado. "Além do modelo, a escolha da cor é fundamental para o brasileiro, que tem o carro como bem de status e luxo que o faz se sentir o rei da estrada", afirma o professor do Centro Universitário FEI Roberto Carlos Bernardes.
Ele realizou uma pesquisa sobre o setor automotivo e as estratégias empresariais que aponta que o preto é associado à ideia de poder (executivos, pessoas importantes e políticos), enquanto as cores prata e bege estão mais relacionadas com bom gosto. "É por isso que alguns fabricantes oferecem seus modelos apenas com as três cores", disse Bernardes.
Outro ponto que explica a preferência dos brasileiros por prata e preto é que o que está fora do padrão é mais difícil de vender. "A escolha por essas cores está diretamente associada ao baixo risco de desvalorização do carro na revenda, já que são o padrão de aceitação do mercado", afirma o gerente da DuPont no Brasil.
De acordo com a professora da FEI Suzanne Strehlau, outro fator decisivo na escolha da cor do veículo é a combinação com o tom das películas de proteção de vidros, conhecidas popularmente como insulfilm. A professora afirma também que o consumidor brasileiro evita as cores dos "carros de frota". Em São Paulo, a cor branca, utilizada pelos táxis, é rejeitada, assim como ocorre com o amarelo no Rio de Janeiro.
Fonte: portal G1, 6 de setembro de 2009