O design da Brasília foi concebido por Marcio Piancastelli com o objetivo inicial de projetar um carro confortável, pequeno por fora, espaçoso por dentro e que possuísse grandes janelas. Havia uma expectativa que a Brasília pudesse substituir o Fusca, mas de fato isso não aconteceu.
A Brasília também teve uma versão de 4 portas (na Europa conta-se a porta traseira, então, "5 portas") que, em 1974, foi o primeiro "hatchback" genuinamente nacional com essa configuração. Foi exportado para países como Filipinas, Nigéria e para Portugal. Mesmo sendo produzido no Brasil, esse modelo só passou a ser comercializado no mercado brasileiro em 1978, onde foi utilizado principalmente como táxi, devido à rejeição dos brasileiros na época aos carros de 4 portas. O México foi o único país além do Brasil a fabricar a Brasília, mas somente na versão de duas portas.
O novo Volkswagen deveria ser prático e econômico para uso nos centros urbanos, oferecendo mais espaço e mantendo a consagrada robustez do Fusca. Após muitos quilômetros de testes, era apresentada ao público, em 1973, a Brasília. Esse foi um ano de grandes lançamentos da indústria automobilística brasileira: junto com ele chegaram o Chevette da GM, o Dodge 1800 da Chrysler e o Maverick da Ford. Até então, quando era descoberto nas estradas do País fazendo os últimos acertos, a imprensa tratava-o como "miniperua VW", "míni-Variant" e "anti-Chevette". Mas a Brasília tinha linhas mais modernas e retas que as da Variant e ampla área envidraçada, resultando numa ótima visibilidade em todas as direções. A rivalidade com a GM ficava evidente na declaração de um diretor de vendas da Volkswagen: "Ninguém sabe como nós trabalhamos para fazer coincidir seu lançamento com o do Chevette".
A Brasília foi um carro muito popular no mercado brasileiro. Apesar de sua base mecânica ser a mesma do Fusca, um carro anacrônico já naquela época, o projeto era muito elogiado por suas linhas elegantes e por sua qualidade de construção e durabilidade. O sucesso da Brasília inclusive inspirou a criação da versão "mais moderna" da Variant, a Variant II, em 1975. Apesar disso, a Volkswagen do Brasil sabia que não poderia continuar por muito tempo fiando-se na linha "a ar" para se manter no mercado.
Especula-se que os projetistas da Volkswagen inspiraram-se em parte no desenho da Brasília ao projetar o hatchback, no final da década de 70. Quando lançado, em 1980, o Gol não competia diretamente com a Brasília, uma vez que possuía um motor menos potente (o mesmo boxer, porém com 1300cc). Porém, ao lançar o Gol 1600cc em 1981, a Volkswagen decretou o fim da Brasília, uma vez que temia que o modelo antigo tirasse uma fatia do mercado do novo projeto. Mesmo muitos anos depois de ter sido descontinuado, é um carro comum nas ruas do Brasil, principalmente no interior e na periferia das grandes cidades.
Fonte: girodosantigos, outubro de 2010