Parking News

Jorge Hori *

Operar um estacionamento privado é um bom negócio?
O usuário que paga pelo menos R$ 10,00 por duas horas em locais de grande demanda acha que sim. Quem opera, nem tanto.
O negócio estacionamento tem por base a ocupação e locação de um espaço, cujo valor segue a dinâmica de mercado. Em áreas de maior demanda o valor da locação se eleva e é total ou parcialmente um custo fixo.
Já a receita é variável e sazonal. Nos meses de férias escolares, a demanda cai, acompanhando a menor circulação de veículos na cidade. O valor da locação não.
Durante o dia há momentos de pico, com o estacionamento lotado, e outros momentos ou horas com vagas sobrando. O eventual excedente no horário de pico não compensa a ociosidade em períodos de vale. Carro que não entrou no estacionamento é receita perdida definitivamente. Ele foi buscar uma alternativa para aquela necessidade momentânea.
A necessidade de estacionamento é momentânea. O motorista precisa estacionar naquele momento, para chegar ao seu destino. Porque tem um horário para trabalhar, para a aula, ou para uma reunião ou consulta.
Daí a ocorrência dos picos e vales que afetam a receita.
Nos períodos de vale maior, que são à noite - quando não em áreas de "baladas" -, a maioria dos estacionamentos fecha, pois não há demanda e a receita não compensa os custos operacionais, com o pessoal, iluminação e outros. Os usuários podem ter a opção de estacionar na via pública.
Para "achatar" o sobe-desce, uma alternativa é adotar tarifas diferenciadas por hora ou períodos durante o dia. Isso é feito, em alguns casos, para os períodos vespertino e noturno.
Uma solução mais sofisticada é a variação por hora do dia, como ocorre com a tarifa telefônica. Isso, no entanto, requer o uso de tecnologias da informação mais avançadas e o estabelecimento acabaria tendo de cair na cobrança por tempo de permanência.
Se adotado um regime de cobrança por tempo de permanência (ainda que em blocos de tempo, porém menores que uma hora) com tarifas diferenciadas, por horário, quais seriam as consequências?
Além da necessidade de investimentos maiores no sistema de cobrança, um primeiro problema poderia ocorrer com os usuários, com a discussão sobre as tarifas cobradas. Mesmo que sejam descontos em relação à tarifa básica, o usuário sempre pensará: "Por que tenho de pagar a mais nos horários x ou y?"
Será que ele raciocinaria de forma inversa: "Por que pagar a menos nos horários w ou z?"
Ele mudaria os hábitos para pagar menos?
Por outro lado, quais seriam os horários de vale, para justificar tarifas menores?
Pode ser diferenciado segundo regiões ou local específico, em função de uma demanda determinada.
A elasticidade de preço não é igual para todos os casos.
O estacionamento pode parecer um excelente negócio, quando percebido nos horários de pico. Mas muitos acabam fechando diante dos espaços vazios durante os vales.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

Categoria: Fique por Dentro


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