A CPI da Desordem Urbana, da Câmara dos Vereadores, ouviu ontem o depoimento da diretora da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, Maria Ercília Leite Castro.
Ela disse aos vereadores que o local sofre com a falta de fiscalização pela prefeitura e que a área é alvo de taxistas e flanelinhas "que achacam e intimidam os turistas". Ainda conforme Maria Ercília, a ação dos camelôs e vendedores ambulantes também contribuem para a desordem na região do Pão de Açúcar, além de prejudicar o turismo e a imagem da cidade.
Mais de 600 denúncias relativas a diversas bairros foram feitas à CPI, que pretende identificar quais os ilícitos que mais incomodam os moradores de cidade.
Segundo Maria Ercília, a desordem no entorno do Pão de Açúcar aumentou nos últimos 15 anos, quando o patrulhamento deixou de ser feito pelo Exército e ficou a cargo da prefeitura. "A pista Cláudio Coutinho e a trilha da Urca também sofrem com o crescente desordem e a falta de fiscalização", afirmou.
Ela disse que veículos de passeio fazem serviço de táxi irregularmente - são os chamados "táxis bandalha" -, cobrando preços maiores do que o estabelecido pela tabela e intimidando visitantes.
Há cinco anos, a CET-RIO criou um ponto de táxi para acabar com essa prática, mas não concedeu a nenhuma cooperativa. Com isso, os táxis irregulares acabaram voltando a operar no local.
"Os flanelinhas e camelôs também estão presentes nas denúnicas de desordem na área. Antigamente o Exército controlava a entrada e o estacionamento de ônibus de turismo e carros de passeio, evitando a ação dos flanelinhas. Mesmo com a presença de funcionários da Rio Rotativo, empresa vinculada à Secretaria Municipal de Transportes, a cobrança indevida e o estacionamento em fila dupla continuam sendo feitos por guardadores irregulares", disse ela.
Soluções - Uma das sugestões apontadas pela diretora foi a privatização do estacionamento e a colocação de guichês, em parceria com a Riotur ou TurisRio, empresas vinculadas à Secretaria Especial de Turismo, visitantes. Com relação à trilha da Urca e à pista Cláudio Coutinho, o Exército era responsável pela conservação e controle dos locais.
Antes de a administração ser passada para a prefeitura, regras quanto ao número de pessoas e horários de visitas eram impostas pelos militares.
Atualmente, segundo Maria Ercília não há nenhum tipo de fiscalização e a área sofre com o impacto ambiental causado pelo grande número de pessoas que transitam pelas trilhas e pela presença de camelôs na pista. Esses fatores têm prejudicado a conservação na Mata Atlântica existente no local.
A Prefeitura do Rio, por intermédio da Secretaria Especial de Turismo e Riotur, com o intuito de fomentar o serviço de atendimento aos turistas para o Pan 2007, receberá propostas de empresas interessadas em se credencial para criarem espaços - ou reformarem aqueles já existentes de propriedade da Riotur - para funcionar como "Pontos de Informação Turística da Cidade do Rio de Janeiro".
A entrega das propostas deve ser feita na sede da Secretaria de Turismo (Praça Pio Dez nº 119, 10º andar - Assessoria Jurídica) e o prazo, que começou ontem, se estende até o dia 22.
A prefeitura pretende dar oportunidade à iniciativa privada de renovar e ampliar o serviço de atendimento ao turista já existente, reformando e criando novos postos de informação turística, proporcionando um serviço personalizado.
Fica a cargo da Riotur a análise quanto à solicitação de cada proposta e à viabilidade da instalação. Os locais onde poderão ser instalados os pontos de atendimento estão delimitados em dois ambientes: externo (como calçada, rua, praça); ou interno (aeroporto, rodoviária, estação de metrô ou barca, local de eventos esportivos, sociais ou culturais, loja, mall de shopping, centro cultural, hotel, centro de convenções).
Fonte: Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), 12 de junho de 2007