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Um estudo recente encomendado pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea) para a PriceWaterhauseCoopers (PWC) confirmou o que todos nós já sabíamos: produzir no Brasil é muito mais caro do que em outros países emergentes. O Brasil já tinha uma carga tributária européia com serviços públicos africanos. Agora contamos também com custos alemães e produtividade latino-americana. Essa dualidade entre custos e produtividade não é compatível com a competitividade internacional. Se o Brasil apresenta tributos e custos elevados, ou terá que produzir com qualidade de país desenvolvido, ou perderá mercado, aponta o Economix. A alternativa é redesenhar nossa cadeia produtiva, redimensionando nossas prioridades.
Investir no País não pode ser apenas um esporte sazonal para estrangeiros, quando o resto do mundo não vai bem. Se o País pensar estrategicamente, vai resolver grande parte dos problemas desonerando a cadeia produtiva, de forma geral, não apenas no conceito tributário.
O estudo revela fenômenos muito curiosos, que muitas vezes somem do nosso radar nas análises. Como a carga tributária é a suspeita usual ao lado momentaneamente da valorização da moeda, deixamos de lado a análise do custo da mão-de-obra, da matéria-prima, dos juros sobre o capital de giro e da falta de qualificação profissional superior no Brasil. Todas essas variáveis foram cotejadas no estudo, que acabou por se tornar uma bela radiografia para o setor automobilístico, e que, provavelmente, seria irmã gêmea de outras radiografias em diversos setores do país.
Para cada US$ 100 gastos na China em cada atividade, verifica-se que no Brasil os mesmos custos vão de US$ 140 a US$ 408, ou seja, muito acima do diferencial de qualidade do produto final. A produção de um carro no Brasil é 60% mais cara do que na China, ou, de outra forma, descontando-se outros fatores como impostos diretos e indiretos, juros, custo administrativo, burocracia, seguros e fretes, um automóvel que custa R$ 48 mil no Brasil custaria R$ 30 mil na China, apenas segundo esses critérios.
Todavia, esses argumentos não explicam porque um automóvel fabricado no Brasil é vendido mais barato no México do que aqui, no País de origem. Quando se contabilizam adicionalmente os custos acessórios da burocracia tributária, os custos de seguro, da energia, o elevadíssimo custo de financiamento da produção (45% no Brasil contra 5% na China e 7% no México), o diferencial começa a ser explicado. Além disso, os custos de venda não são os mesmos, pois o varejo, lá e aqui também, agrega valores e certamente tem custos, como mão-de-obra, impostos diretos, custo administrativo etc. Claro, pode haver também um diferencial de lucro entre um país e outro, mas vamos pensar: se a margem de lucro explicasse toda essa diferença, o Brasil estaria recebendo uma enorme quantidade de empresários querendo abrir concessionárias de veículos, e, a rigor, muitos desses negócios deixaram de ser atrativos há muito tempo. De qualquer forma, são muitas as variáveis, como se vê, que explicam os elevados preços de automóveis, e também devem ser os mesmos que fazem nossos computadores, geladeiras, TVs, celulares e até Big MaCs serem os mais caros do mundo.
Fonte: informativo Economix Express (Fecomercio), 1 de julho de 2011

Categoria: Geral


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