Segundo o jornal Brasil Econômico, o levantamento aponta que, na década de 60, a indústria automobilística brasileira produzia 1.200 automóveis e 2.200 ônibus por ano. Nesta época, a matriz modal de deslocamento era de 15% para o transporte individual. Em 2011, a produção de automóveis já foi de 3,5 milhões, sendo 40 mil ônibus. Mas metade dos coletivos foi exportada, ficando 20 mil no País, boa parte para renovação de frota. ?Com o aumento dos congestionamentos, os motoristas estão trocando o carro pela moto. Sabe qual é o resultado? Mais gente morrendo, mais gente ficando inativa e mais dinheiro sendo gasto?, ressaltou o presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), seria possível reduzir os acidentes em até 90% caso as pessoas optassem pelo uso de transportes coletivos públicos como ônibus, trens e metrô.
O chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves Junior, informou que, em 2011, o governo federal gastou R$ 42 bilhões só com os acidentes de trânsito. ?Esse número não está sendo atualizado, mas certamente já cresceu muito. Naquele ano, 60 mil famílias receberam o seguro DPVAT (seguro obrigatório para acidentes de trânsito) por óbito. Outras 510 mil pessoas fizeram tratamento por conta de lesões?, disse. Além de um forte investimento em transporte público de qualidade, a Abramet defende que se faça valer o Código Brasileiro de Trânsito, que prevê aulas de educação no trânsito para estudantes na faixa de cinco a 18 anos de idade.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo, os acidentes de trânsito são responsáveis diretos pela morte de 1,2 milhão de pessoas por ano. Porém, existem ainda outros 3,5 milhões de óbitos por inatividade física. Os falecimentos por poluição do ar passam do 1,3 milhão.
Fonte: Brasil Econômico (SP), 15 de julho de 2013