Parking News

Jorge Hori*

Mesmo nas áreas mais densas da cidade existem terrenos vagos que são usados para estacionamentos funcionando como válvula de escape, que viabilizam o acesso a essas áreas, seja para fins de trabalho, como do comércio varejista, ainda para a alimentação externa e para o entretenimento.
Ao longo do tempo esses terrenos vão sendo ocupados pela construção de novos edifícios que - do ponto de vista da oferta de vagas - pouco alteram, mas geram uma demanda adicional, às vezes superiores à oferta. Quem perde as vagas é o destinatário anterior à região. Um dos principais impactos seria - em tese - aos restaurantes e locais de entretenimento atendidos por serviços de valet. Em tese porque esses serviços, legalmente, não podem estacionar os veículos atendidos nas portas dos estabelecimentos nas vias públicas. O que não ocorre na realidade, sem uma adequada fiscalização que reprima essa prática.
Mas uma pergunta que cabe fazer é por que esses terrenos continuam vagos e usados para estacionamentos?
Em geral, porque têm pendências que impedem a obtenção da licença para a construção.
Essa pendência pode ser de natureza particular e familiar. São espólios com conflitos familiares. Na falta de acordo, o imóvel fica vazio. A locação para estacionamento gera renda, no mínimo, para o pagamento do IPTU. Em alguns casos com alta renda, diante dos preços praticados na região.
Uma outra pendência é de passivos ambientais. Que afeta, principalmente, áreas que foram ocupadas por postos de gasolina, assim como antigas áreas industriais.
Ao apresentar o projeto de ocupação da área, o proprietário precisa apresentar a condição ambiental, isto é, a existência ou não de passivo ambiental. Em havendo, precisará investir para eliminá-lo. Esse investimento pode inviabilizar o seu uso.
Nesse caso, não há interesse de compradores. E o proprietário prefere deixar como está. Para poder pagar os tributos, alugam para estacionamento. No conjunto, não serão ocupados em curto prazo.

*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

Categoria: Fique por Dentro


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