Quando digita em seu palmtop - munido de um software moderníssimo de navegação - as coordenadas do Helipark, em Carapicuíba, e de Congonhas, o aparelho revela uma triste realidade: o trânsito chegou aos céus de São Paulo. "Em linha reta e com o céu livre, levaria seis minutos de vôo, mas desde 2004, com a implantação do espaço aéreo controlado para helicópteros, das rotas obrigatórias de vôo e, principalmente, ao aumento da frota, levamos cerca de 12 minutos. Ou seja, o dobro."
Reclamar por gastar 12 minutos para percorrer uma distância de aproximadamente 19 km pode soar como um mero capricho. Mas, para empresários que gastas altas somas para sustentar suas aeronaves e pilotos, significa prejuízo.
Já há alguns anos o helicóptero vem sendo procurado pelos mais abonados - aderir a um programa de propriedade compartilhada custa, além de uma entrada de cerca de R$ 100 mil, mais de R$ 5 mil mensais - como uma alternativa para driblar o trânsito na maior cidade do Brasil. O Estado de São Paulo tem hoje uma frota estimada em 470 helicópteros e só na capital há 420 aeronaves registradas.
A cidade possui 260 helipontos e ao menos seis grandes heliportos. Até 2010, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) estima que a cidade ganhe mais 80 aeronaves, o que significa um crescimento de 17% da frota. São Paulo é a única cidade do planeta que possui um controlador de vôos de helicópteros.
Fonte: UOL Notícias, 20 de maio de 2008