O reajuste foi autorizado pela Prefeitura de Guarulhos e começou a ser aplicado no dia 28 de março. Na prática, quem pagava R$ 88,27 de Cumbica até a Avenida Paulista passou a desembolsar R$ 104,66. Até a região do Brooklin (zona sul), o passageiro gasta agora R$ 127,47 - R$ 20,12 mais do que antes.
As tarifas estavam congeladas desde dezembro de 2006. A inflação no período pelo IPCA do IBGE foi de 17,7% - e, pelo IPC da Fipe, de 18,9%. O aumento ocorre em meio a críticas recentes de passageiros às filas de espera por táxis no aeroporto de Guarulhos, que nos picos superam 40 minutos.
O preço cobrado antes já era considerado alto por muita gente, incentivando a difusão de garagens nos arredores de Cumbica com vans para os clientes. O táxi pode sair mais caro do que deixar um carro no estacionamento por um mês.
Além do tempo sem reajuste, a prefeitura alega que os preços do álcool e do gás veicular subiram 27,5% e que as novas tarifas se igualam às dos táxis especiais de Congonhas (com exigências semelhantes às de Cumbica, como ar-condicionado, comunicação com central de rádio e quatro portas).
Só que em Congonhas o passageiro pode optar pelo táxi comum - oferecido por 456 veículos e que é mais barato.
De segunda a sábado, das 6h às 20h, os novos preços a partir do aeroporto de Cumbica são 25% mais caros que os dos táxis comuns da capital paulista. Aos domingos, feriados, de noite e de madrugada, a situação é diferente, já que em Cumbica não se cobra bandeira 2 (nem taxa pela bagagem).
Edmilson Sarlo, presidente da Guarucoop (cooperativa de taxistas de Guarulhos), nega que a margem de lucro da categoria seja maior. "Temos um custo extra por trabalhar no aeroporto, como aluguel para a Infraero e balcão de atendimento", diz.
O reajuste em Guarulhos foi apenas do km rodado, que passou de R$ 2,20 para R$ 2,63. A bandeirada foi mantida em R$ 4,40 e a hora parada, em R$ 35. Na capital, os preços nos táxis comuns são de R$ 2,10 (para bandeira 1), R$ 3,50 e R$ 28.
Apesar dessas referências, na prática a maioria dos passageiros de Cumbica paga um preço fechado - a partir de uma tabela calculada previamente. A cooperativa diz que isso é vantagem para os usuários porque eles não pagam mais por congestionamentos atípicos.
Fonte: Folha de S. Paulo, 7 de abril de 2010