O pedaço mais problemático da via recém-entregue - e que deve passar por reformas - fica entre a rodovia Anchieta e a cidade de Mauá, na Grande São Paulo - chamado "lote 1". Desde o dia da abertura do trecho para o tráfego, o local já registrou ao menos dois acidentes devido à aquaplanagem dos veículos. Para a Polícia Rodoviária Estadual, isso pode estar ligado a possíveis problemas de engenharia.
In loco
A pedido da Folha, o engenheiro João Virgílio Merighi, especialista em pavimentação, visitou o trecho sul do Rodoanel. Ele afirmou que há locais que apresentam problemas. Professor de transporte do Mackenzie, Merighi esteve no local considerado problemático, próximo ao km 79. Ele apontou possíveis falhas de execução da obra por causa do surgimento de buracos e esborcinamento (quebra nas bordas) das placas de concreto usadas como pavimento da pista.
Estatal paulista afirma que a pista é segura
A Dersa, empresa estatal do governo de São Paulo responsável pela construção do Rodoanel, afirma que "a pista é segura" e que "mantém equipes durante 24 horas verificando as condições técnicas da via". Segundo a empresa, a obra foi "projetada e construída dentro das mais rígidas normas de segurança e seguindo padrões internacionais". Sobre os 2 km que devem passar por reformas, não se manifestou.
A Dersa disse que a Polícia Rodoviária ainda não comunicou sobre possíveis problemas de engenheira da pista. Sobre os acidentes ocorridos no trecho na semana passada, a empresa diz que eles podem ter ocorrido por falha humana. "Desde que o usuário obedeça às placas de sinalização e reduza a velocidade sob chuva, a lâmina dágua não constitui, por si mesma, causa de capotagem em pista com as características do Rodoanel", diz a Dersa.
Fonte: Folha de S. Paulo, 13 de abril de 2010